Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Teixeira, Janaína Costa |
Orientador(a): |
Dorfman, Adriana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276549
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Resumo: |
Para discutir as paisagens transfronteiriças nas cidades gêmeas de Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai), este trabalho considera dois eixos principais: a produção da memória, em disputa pelo patriarcado e oligarquias de um lado, e grupos invisibilizados, de outro; e as atividades comerciais que se relacionam à condição fronteiriça. Como metodologia, foram realizadas revisões bibliográficas, trabalhos de campo, entrevistas abertas e análise fotográfica. Com base na elaboração de fotografias e análise destas representações foram compostas imagens, paisagens de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero (PP – PJC). Verificou-se que monumentos e objetos patrimonializados remetem à Guerra Guasú, representando herois de guerra e personagens das oligarquias e detentores do capital financeiro e das terras, que historicamente dominaram esse lugar. Ao mesmo tempo, os shopping centers e a linha internacional, repleta de lojas enfileiradas, conduzem os turistas pelo universo do consumo, e as ruas são funcionalizadas para que as pessoas as percorram experimentando uma paisagem transfronteiriça. Como resultados, distinguiram-se paisagens fronteiriças (caracterizadas pela iconografia estatal) e paisagens transfronteiriças (ligadas às inter-relações e trocas realizadas por diferentes atores). Foi proposta a seguinte classificação para as paisagens transfronteiriças: paisagens transfronteiriças urbanas, culturais, de turismo de compras e históricas, enquanto formas características da complementaridade das cidades gêmeas. A paisagem transfronteiriça urbana é aquela que congrega infraestruturas urbanas transfronteirizadas, ao interconectar por meio das ruas a mobilidade das pessoas locais e extra locais. A paisagem transfronteiriça turística de compras é marcada pelos estabelecimentos comerciais e outras atividades conectadas ao movimento dos fornecedores, compradores e/ou turistas nas cidades gêmeas. A paisagem transfronteiriça cultural é marcada por prédios funcionalizados que visa a preservação da memória na paisagem. Já a paisagem transfronteiriça histórica caracteriza-se pelos monumentos históricos e pelas expressões da integração regional e da potência dos agentes locais que se consolidaram por meio dos homenageados ícones, que representam o poder local (empresários, políticos e seus associados históricos) enquanto nicho político e econômico detentores das forças que influenciam nas decisões sobre o território. Na paisagem transfronteiriça histórica está impressa nos elementos que representam as figuras notórias das classes políticas e de alto poder econômico, que representam as elites locais. Os agentes do poder local que são os empresários, políticos e os seus associados históricos operam entre tensões e conflitos por hegemonia na região fronteiriça. Esses atores orbitam as estruturas do poder e se consolidaram ao passo que, os demais representantes regionais são apagados, invisibilizados ou silenciados na paisagem transfronteiriça. As paisagens se sobrepõem, a histórica também é cultural; a urbana também é referência do turismo de compras, que está interconectada com as demais. Essas paisagens estão em permanente atualização, em processos de revitalização, oriundos de projetos estatais, em parceria com agentes do setor privado. A paisagem na Linha Internacional materializa a ideia da fronteira enquanto transfronteiridade, com seus conflitos, disputas e permanências. |