Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Bolze, Gisele Jardim |
Orientador(a): |
Pereira, Maria João Veloso da Costa Ramos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/202660
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Resumo: |
A jaguatirica Leopardus pardalis (Felidae, Carnivora) é o terceiro maior felídeo neotropical. Embora ocorra em diversos ambientes, sua presença é associada a ambientes com elevada cobertura vegetal. O estado do Rio Grande do Sul (RS), no Brasil, representa o limite sul da distribuição mundial da espécie. Nesse, a espécie ocorre associada ao bioma Mata Atlântica, concentrada na porção norte, e é classificada como “Vulnerável” na lista de espécies ameaçadas do estado. Para conservar uma espécie é essencial conhecer suas preferências de habitat, assim como aspectos demográficos. Por exemplo, a identificação de uma tendência para aumento ou declínio populacional permite avaliar a situação de equilíbrio populacional, auxiliando na avaliação do status de conservação da espécie. Adicionalmente, permite formular hipóteses sobre os fatores que favorecem ou prejudicam a permanência da espécie em determinados locais e cenários ambientais. Diante disso, este trabalho teve como objetivo estudar aspectos ecológicos de L. pardalis buscando identificar fatores associados à ocupação e densidade da espécie, e consequentemente identificar áreas adequadas para a sua preservação no limite sul da Mata Atlântica brasileira. Em três unidades de conservação do RS, (Parque Nacional da Serra Geral, o Centro de Pesquisa e Conservação da natureza Pró-Mata e o Parque Estadual do Turvo). Utilizamos o método de armadilhamento fotográfico para a obtenção dos dados, o período de amostragem foi entre os meses de setembro de 2017 á maio de 2018, sendo que a amostragem não foi simultânea nas áreas. Utilizamos modelos de ocupação do tipo single season e observamos que a probabilidade de ocupação da espécie parece aumentar em grandes áreas de floresta contínua preservada, assim como em locais com maior número de registros dos dois maiores predadores felídeos neotropicais, onça-pintada Panthera onca e puma Puma concolor, que possivelmente também respondem positivamente a essas áreas de habitat favorável. Além disso, utilizamos modelos de captura e recaptura espacial (SCR) , encontramos uma das mais elevadas estimativas de densidade populacional de L. pardalis para a Mata Atlântica (15,5 indivíduos/100km²). Leopardus pardalis apresentou atividade noturna, padrão já relatado por diversos autores. A espécie pode apresentar atividade diurna; porém, isso parece ocorrer quando distante de locais de intensa atividade humana. Aparentemente a espécie tende a evitar o contato com humanos ou com espécies exóticas e domésticas, que refletem também essa presença, tanto espacialmente quanto temporalmente. Temos ainda um registro de uma interação antagonista resultado de uma possível predação intraguilda ou eliminação de competidor, no qual um indivíduo de L. pardalis carrega um indivíduo de graxaim-do-mato, Cerdocyon thous, aparentemente predado. Tal registro, inédito, oferece novas perspectivas sobre a amplitude das interações ecológicas de L. pardalis. A preservação de L. pardalis no limite sul da sua distribuição está dependente da preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e do manejo sustentável do uso da terra e da retirada, ou redução da densidade, de espécies domésticas e exóticas em unidades de conservação e no seu entorno. A conectividade destes remanescentes com áreas semelhantes na Argentina parece ser fundamental para a conservação a longo-prazo de populações estáveis da espécie. |