Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Uieda, Gabriela |
Orientador(a): |
Filippi, Eduardo Ernesto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/11002
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Resumo: |
O modelo, ou modelos, de organização da Economia Solidária nasceu, aproximadamente, ao mesmo tempo em que surgia o capitalismo industrial e foi reinventado na década de 1990, enquanto alternativa ideológica de afronta aos efeitos excludentes do capitalismo e/ou alternativa de política de emprego e renda à população mais pobre, desempregada ou subempregada, com a formação de iniciativas por parte da população excluída do mercado. Esta “reinvenção” ocorre majoritariamente sob orientação de organizações religiosas, sindicais, universitárias e ONG’s. Segundo a SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária) (BRASIL, 2004b), considera-se Economia Solidária o conjunto de atividades econômicas com as seguintes características: cooperação, autogestão, viabilidade econômica e solidariedade. Em 2005, a secretaria identificou 14.954 empreendimentos econômicos solidários no Brasil, dos quais 85 em Porto Alegre. Para estudar a Economia Solidária, pela ótica econômica, não é suficiente a teoria econômica tradicional, pois é necessário: entender o surgimento e a sobrevivência de associações que encerram concomitantemente as lógicas econômica, política e social; considerar a relação entre ética e economia, com uma aproximação das duas, e entender esta relação tanto na busca de outros princípios de comportamento econômico quanto no entendimento dos juízos de valores feitos pelas pessoas ao adjetivarem um comércio de justo; entender o mercado como uma forma de alocação, dentre outras e que as outras formas de alocação permanecem, além de entender o mercado como uma formação social; entender como se formam os preços “justos” e porque um consumidor escolheria um produto de Economia Solidária, mesmo tendo que pagar um preço mais elevado. Foram realizados dois estudos de caso em Porto Alegre (RS, Brasil): nas feiras da Cooperativa Ecológica Coolméia e nas lojas da Etiqueta Popular. Por meio de entrevistas realizadas com produtores cooperados e com consumidores dos dois empreendimentos, buscou-se identificar se estes percebem os empreendimentos como mais do que uma alternativa de emprego, se os consumidores são conscientes de que compram uma relação de compromisso junto com os produtos e qual é o reflexo dos anteriores na formação dos preços. A análise qualitativa das entrevistas demonstra um grau de aderência com as teorias discutidas anteriormente, mas também demonstra que há ainda um longo caminho a ser percorrido, o que é percebido pelos produtores entrevistados. O fato da maioria dos produtores afirmarem que estavam em melhor situação sócio-econômica com sua participação nos empreendimentos e o fato de alguns consumidores parecerem conscientes com relação ao efeito de suas decisões de compra podem apontar a Economia Solidária como uma forma alternativa à economia capitalista. A dúvida que permanece diz respeito à dimensão desta Economia Solidária, ou seja, se ela conseguiria incluir toda a população excluída pela economia capitalista, sem deixar de gerar os benefícios encontrados até agora nestes empreendimentos e até mesmo os aumentando. Ademais, há dúvidas quanto à relação da Economia Solidária com a economia capitalista e com o governo. |