Influência de polimorfismos em genes de metabolismo de xenobióticos e reparação de DNA no risco ocupacional de mineiros de carvão a céu aberto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Espitia-Pérez, Lyda
Orientador(a): Henriques, João Antonio Pêgas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/33240
Resumo: A Colômbia tem uma das maiores reservas de carvão do mundo, sendo o quinto exportador mundial do carvão de tipo térmico. Nos processos de extração de carvão a céu aberto uma grande quantidade de partículas de pó e metais pesados são liberados à atmosfera, onde podem formar misturas complexas, constituindo um risco significativo para a saúde dos trabalhadores ocupacionalmente expostos. Além disso, nas minas a céu aberto, o carvão extraído é armazenado na presença de luz solar, gerando incêndios espontâneos que constituem uma importante fonte de emissão de Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAPs) depois de sua combustão incompleta. O objetivo do presente estudo foi avaliar se polimorfismos nos genes do metabolismo de xenobióticos CYP1A1Msp1, GSTM1nulo, GSTT1nulo e de reparação do DNA XRCC1194Trp e OGG1326Cys podem modificar a suscetibilidade individual aos efeitos adversos causados pela exposição aos resíduos de mineração de carvão, considerando a formação de Micronúcleos (MN) e alguns parâmetros do Ensaio Cometa (Índice de Dano - DI, Frequência de dano - DF e porcentagem de DNA na cauda - Tail % DNA) como biomarcadores de mutagenicidade e genotoxicidade. A população de estudo foi formada por 100 trabalhadores de mineração de carvão a céu aberto ocupacionalmente expostos a resíduos de mineração e 100 controles não expostos. O estudo foi realizado na área mineira de “El Cerrejón”, a maior mina de carvão a céu aberto do mundo, localizada em Guajira, ao Norte da Colômbia. As análises dos valores do Ensaio Cometa demonstraram um incremento significativo no DI, DF e porcentagem de DNA na cauda (Tail % DNA) (p < 0,001) no grupo exposto, comparado com o grupo controle. Também houve um aumento significativo na frequência de MN em trabalhadores expostos, representado por um risco relativo (RR) de quase o triplo (2,88, 95% CI 2,525 – 3,284, p < 0,001) para a população exposta, representando um elevado risco de câncer em relação aos controles correspondentes. Apesar destes, os resultados demonstraram que os polimorfismos nos genes do metabolismo (CYP1A1Msp1, GSTM1nulo, GSTT1nulo) e nos genes de reparação do DNA (XRCC1194Trp e OGG1326Cys) não tiveram nenhum impacto sobre as frequências de MN em linfócitos periféricos dos trabalhadores expostos. Da mesma forma, polimorfismos em genes de metabolismo de xenobióticos (GSTM1nulo, GSTT1nulo e CYP1A1Msp1) não influenciaram os níveis de dano no DNA detectados pelo Ensaio cometa. O genótipo XRCC1194Trp/- apresentou uma tendência de proteção em indivíduos expostos, evidenciada em uma diminuição na frequência de MN, embora não tenha sido significante. A nosso conhecimento, este estudo fornece os primeiros dados para a Colômbia sobre o risco genotóxico associado à exposição os resíduos de mineração de carvão a céu aberto e contribui para estabelecer um mapa geral das frequências genotípicas representativas em populações Latino-Americanas, as quais apresentam uma alta complexidade devido ao elevado grau de mistura étnica.