O drama como método de educação literária : a voz e a vez dos jovens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Possato Junior, José Luiz
Orientador(a): Sanseverino, Antônio Marcos Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/266007
Resumo: Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, busquei responder à seguinte questão: que contribuições o drama, enquanto método, pode oferecer a uma educação literária libertadora que pretenda promover a emancipação juvenil, sobretudo de estudantes de escola pública, a partir de uma práxis crítica às diretrizes implementadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Além de revisitar os conceitos que foram basilares em minha Dissertação (POSSATO JR., 2017) – a saber: a pedagogia libertadora de Paulo Freire e o teatro de Augusto Boal, bem como a emancipação intelectual, presente nas lições de O Mestre Ignorante (RANCIÈRE, 2015) –, procurei conhecer, selecionar e analisar artigos, teses e dissertações que relatassem práticas e contextos, os mais variados possíveis, de educação literária e teatral em escolas e universidades. Com isso, tencionei mapear exemplos de boas práticas a serem propostas como base para a revisão dos antigos – e a criação de possíveis novos – modelos educacionais. Nesse sentido, priorizei, sobretudo, a criação estética juvenil e a ação dos estudantes, especialmente nas escolas públicas, onde, via de regra, encontram-se as condições mais degradantes de opressão. Assim, destaquei a ação juvenil presente nos relatos e a observação de como os mesmos contextos (especialmente o escolar), que os enformam, vão sendo, na prática, por eles transformados. Objetivei, em última instância, demonstrar que a educação literária e teatral encontra êxito por meio de uma prática dialógica entre comunidade escolar, educadores e educandos, possibilitando a estes últimos o livre exercício de um protagonismo por meio do qual eles, de fato, tenham voz e vez. Impôs-se, nesse percurso, a necessidade de pesquisar os limites e as possibilidades que a BNCC e as leis e documentos correlatos imprimiram à realização de práticas democráticas de educação, traçando um paralelo com textos que tratam da evolução da história da educação literária e teatral no Brasil. Fechando o arcabouço teórico com uma breve análise comparativa entre o teatro popular e outras propostas (como, por exemplo, o drama burguês), preocupei-me em direcionar o olhar prioritariamente para a práxis da sala de aula. Nessa perspectiva, partindo de meu primeiro contato com o slam poetry (e seus desdobramentos pedagógicos), procedi à análise de experiências que assumidamente aliassem a educação literária e a teatral, enfatizando primariamente aquelas práticas que, de uma forma ou de outra, privilegiassem o protagonismo dos estudantes como ponto central do processo de criação artística. Entre elas: os jogos teatrais (SPOLIN, [1986] 2017; KOUDELA, 2002) e o drama como método (CABRAL, 2012; VIDOR, 2016), bem como a experiência da Teatra da Oprimida (LEAL, 2019) e o exercício de escuta das vozes de mulheres negras na cena teatral de Porto Alegre (MACHADO, 2017). Daí concluindo, por fim, com uma proposta de aplicação prática, demonstrando assim como a criação teatral torna-se também um bom exercício de criação literária juvenil e, ao mesmo tempo, promove a emancipação intelectual dos jovens, permitindo-lhes pronunciar o mundo, isto é, transformá-lo por meio de sua própria linguagem.