Biologia de microlepidópteros (Gracillaridae) associados a Daphmopsis fasciculata (Meisn.) Neveling (Thymelaeaceae) e Psychotria suterella Müll. Arg. (Rubiaceae) na Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fochezato, Júlia
Orientador(a): Moreira, Gilson Rudinei Pires
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/180719
Resumo: Gracillariidae (Lepidoptera), embora ainda pouco estudada, é considerada a maior família de microlepidópteros minadores de folhas. Esses insetos, cujo tamanho não ultrapassa 10 mm de envergadura, chamam atenção pelas cores brilhantes e pelo desenvolvimento hipermetamórfico. Este trabalho teve o objetivo de descrever os estágios imaturos de duas novas espécies de gracilarídeos para a região Neotropical, associadas a duas hospedeiras distintas: Daphnopsis fasciculata (Meisn.) Neveling (Thymelaeaceae) e Psychotria suterella Müll. Arg. (Rubiaceae), cujas populações são encontradas no município de São Francisco de Paula, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. As descrições e ilustrações tiveram como base a microscopia óptica e eletrônica de varredura. A anatomia das minas também foi explorada através de cortes histológicos. Análises filogenéticas com base em DNA mitocondrial (COI) incluindo espécies congenéricas, também foram conduzidas, e revelaram uma grande magnitude de divergência genética entre as linhagens (de 23 a 30%). Embora pertencentes a subfamílias distintas (Phyllocnistinae e Oecophyllembiinae, respectivamente) ambas apresentam os primeiros instares do tipo sap-feeding, cuja larva é achatada e com aparelho bucal prognato, adaptado para dilacerar os tecidos foliares e possibilitar a ingestão de fluidos. A seguir na ontogênese, ambas apresentam também um ínstar do tipo spinning, cuja larva não se alimenta e possui as estruturas bucais atrofiadas, com exceção do espinerete usado para tecer o casulo pupal. A primeira espécie, encontrada em D. fasciculata, alimenta-se de tecido subepidérmico no primeiro ínstar, passando para o parênquima paliçádico nos demais instares. Já a segunda espécie, associada a P. suterella, alimenta-se de parênquima paliçádico durante todo o seu desenvolvimento. Estes gracilarídeos destacam-se por serem, respectivamente, o primeiro registro em Thymelaeaceae em nível mundial e o primeiro Oecophyllembiinae assinalado para o Brasil.