Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Schmidt, Diogo Serafim |
Orientador(a): |
Mocelin, Daniel Gustavo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/212958
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Resumo: |
Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro surgiram nas primeiras décadas do século XX sob forte influência negra nos morros e favelas cariocas. De uma festa popular e tradicional os desfiles se modernizaram e se transformaram em um produto da indústria cultural propagandeado como “o maior espetáculo da Terra”. A mescla de tradição e modernidade produziu uma manifestação cultural híbrida que subsidia a seguinte questão de pesquisa: quais as combinações e disputas entre elementos tradicionais e modernos pela hegemonia dessa manifestação cultural popular? Para responder esta indagação, o estudo se ampara nas contribuições da teoria crítica sobre o fenômeno cultural. A partir dessa constatação de hibridização, mostra-se como estes elementos se combinam, disputam a hegemonia e reconfiguram os desfiles das escolas de samba. O objetivo teórico é superar o dualismo cultural/tradicional versus econômico/moderno e ressaltar conjugações entre cultura popular e indústria cultural, além de outras hibridizações possíveis. Nos estudos referenciados sobre os desfiles das escolas de samba sempre constatamos uma oposição – nem sempre declarada – entre o tradicional e o moderno. Com base nessa identificação, construiu-se indicadores de um desfile tradicional e de um desfile moderno, quase como tipos ideais de carnaval. Empiricamente, os desfiles das escolas de samba são hibridizações desses elementos tradicionais e modernos. Realizouse uma análise audiovisual entre os anos de 1982 e 2019. Como recorte temporal escolhemos o ano de 1982, dois anos antes da inauguração do Sambódromo, com o desfile crítico do Império Serrano ao modelo de escolas de samba demasiadamente comerciais. Selecionamos desfiles nos quais as próprias escolas de samba realizaram em alguma medida uma narrativa sobre o carnaval ou acerca de características do universo carnavalesco. A reflexividade das agremiações carnavalescas permitiu ver que elas também realizam uma crítica sobre os processos de mudança nos desfiles. Não é somente o olhar teórico que é crítico, mas também o objeto produz esse exercício de olhar para si mesmo e apontar perdas e ganhos no jogo híbrido entre tradição e modernidade. Os dados dos 42 desfiles selecionados foram analisados no software NVivo 12 e categorizados de acordo com os indicadores temáticos do desfile tradicional e do desfile moderno. O propósito foi desvelar as combinações entre elementos tradicionais e modernos e as disputas decorrentes em torno de um modelo hegemônico de desfile. Os resultados corroboram, em grande parte, a hipótese de que a hibridização entre elementos tradicionais e modernos nos desfiles das escolas de samba propicia a renovação da festa popular e, simultaneamente, acarreta disputas por hegemonia. |