Dialética e historicidade do gênero épico no processo de formação da literatura brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Freitas, Olívia Barros de
Orientador(a): Fischer, Luís Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157044
Resumo: A presente tese de doutorado realiza uma revisão e uma reinterpretação de textos épicos e suas variantes híbridas no Brasil, desde as tendências neoclássicas, do séc. XVIII, às românticas, do século XIX, que correspondem aos “momentos decisivos” da formação da literatura brasileira segundo Antonio Candido. É feita, ao mesmo tempo, uma releitura da crítica literária brasileira, tendo foco principal a observação, em nova perspectiva, da Formação da Literatura Brasileira (1959), de modo a repensar os índices de formação nesses textos e, também, a sua relação com a formação do Brasil-nação. Compreende-se que a literatura encarna e expõe impasses, reelaborando-os, findando por aliar forma literária e processo histórico-social; nesse sentido, o argumento do presente trabalho é orientado por base nas discussões sobre literatura brasileira feitas por Candido e Roberto Schwarz, aliando conceitos que propiciem tracejar uma perspectiva das relações entre a literatura e o processo histórico no que concerne à formação da poesia heróica no Brasil. Para tal, a pesquisa presta-se à análise em dois âmbitos: de uma releitura da fortuna crítica relacionada ao gênero ao longo do século XIX, seguida de uma leitura de poetas modernistas comparadas ao texto de Candido; por fim, uma leitura de índices de composição estética/estrutural interna inerente ao gênero (tais como proêmio, diegese, heroicidade), ligada ao campo de interpretação formativo (tais como voz narradora, antagonismo/protagonismo de elementos ou caracteres – principalmente dos ameríndios –, relação da forma literária, social e histórica do Brasil colônia e do Brasil independente), relacionando-os a índices de vitória e derrota em tais poemas com base na teoria de David Quint. A pesquisa envolve breve observações de tais índices na poesia, em especial em O Uruguai, O Caramuru, A Confederação dos Tamoios e I-Juca Pirama. Investiga-se sobre mediação feita pela literatura do período no que diz respeito à escolha da temática heróica e sua forma, compreendendo a poesia heróica narrativa como parte de um processo literário próprio, tomando por base textos da crítica materialista no Brasil – em que vale o conceito de nação periférica –, além de questionar acerca da formação da literatura brasileira (e da nação) e suas forças na estrutura literária e no processo social. Ainda, faz-se análise e crítica materialista do fundamento dessa literatura e do empenho da aplicação do gênero estético aqui estudado, bem como a avaliação estético-social e histórico-esturtural.