Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Luna Dalla Rosa |
Orientador(a): |
Marques, Flávia Charão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/272970
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Resumo: |
Desde a década de 1980 o bioma Pampa vem passando por transformações, desencadeadas pela chegada de novas atividades econômicas, como a silvicultura de eucalipto, as lavouras de soja e recentemente por novos projetos de mineração. A tese busca investigar como vem se dando as transformações territoriais e como os atores estão interferindo no curso das mudanças a partir de seus agenciamentos e dos novos relacionamentos que passam a estabelecer com a materialidade dos seus territórios. A partir de uma perspectiva sociomaterial busca-se dar foco para como as transformações modificam os arranjos construídos entre humanos, não humanos e certos materiais nos territórios. Inicia-se apresentando como, a partir de diferentes relações sociomateriais e práticas territoriais, se dá a construção de territórios de vida no Pampa. Em seguida adentra-se nos processos de territorialização das atividades extrativas, revelando misturas, conflitos e interfaces que estabelecem com os mundos de vida locais, provocando desterritorializações. Como desdobramento de tais processos e a partir da criatividade dos atores surgem alianças sociomateriais onde novos valores passam a ser dados para certos seres e materiais que estavam presentes nos territórios como rios, rochas, capões de mato, vestígios arqueológicos, animais silvestres etc. São diferentes processos de re-territorialização e contra-desenvolvimento que surgem como resultado inesperado dos processos de desenvolvimento extrativista no Pampa. Como resposta ao avanço dos projetos de megamineração no bioma surge um território de contestação, formado por diferentes atores mobilizados e seus agenciamentos. Tal território se constrói a partir das arenas em que a questão da mineração é debatida e passa a formar diferentes campos de atuação onde a contestação à mineração passa a estar em interface com outras questões já debatidas como a questão da conservação e sustentabilidade do bioma, dos povos e comunidades tradicionais pampeanos e do patrimônio imaterial vinculado à vida campeira. Sugere-se que a partir dos debates suscitados pelo avanço da megamineração amplia-se o que pode ser entendido enquanto um “Pampa público”. Por fim descrevem-se as relações sociomateriais que constroem um território da lã no Pampa, formado por diferentes tramas de cooperação entre mulheres, lãs, ovelhas, plantas nativas, pecuaristas etc. Os resultados da tese apontam que as transformações territoriais no Pampa não se resumem à substituição da pecuária e implantação de novas atividades econômicas. Reconhecendo a agência dos atores e os variados movimentos de criação e recriação de territórios existenciais percebem-se as disputas cosmopolíticas envolvidas nos processos de desenvolvimento, que atualizam o bioma e apontam para diferentes cursos de ação, para além do caminho aparentemente inescapável do extrativismo contemporâneo. |