“O que eu estou fazendo aqui?” : experiências do racismo cotidiano na trajetória universitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Machado, Pedro Henrique
Orientador(a): Tschiedel, Rosemarie Gärtner
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255862
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como objetivo geral identificar o impacto do racismo no cotidiano acadêmico e profissional de pessoas negras que ingressaram no ensino superior a partir das políticas de ação afirmativa (política de Cotas Raciais). Especificamente, objetivamos investigar a percepção dos profissionais negros quanto às fontes desencadeadoras de sofrimento psíquico gerado pelo racismo no espaço acadêmico; refletir a respeito do impacto dos eventos racistas na trajetória acadêmica e profissional das pessoas negras que utilizaram a política de ações afirmativas (cotas); compreender as estratégias e recursos utilizados pelas profissionais negras para a sua permanência nas IES. A discussão teórica segue a seguinte estruturação: na primeira parte propõe-se um debate sobre os racismos existentes na sociedade brasileira e as suas consequências na vida do povo negro brasileiro, abarcamos o protorracismo, racismo à brasileira, racismo estrutural, racismo institucional e o racismo cotidiano; na segunda parte apresenta-se uma reflexão sobre os modos que o colonialismo, a violência colonial e o racismo colonial estão presentes nas estruturas sociais e institucionais do país e como esse processo segue os mesmo objetivos da época das invasões - subalternizar e inferiorizar a população negra. Na terceira parte da discussão teórica aborda alguns processos históricos que garantiram a exclusão das negras/negros das escolas formais e que as consequências reverberam até os dias atuais; na quarta parte discute-se a importância das lutas dos movimentos negros, das políticas de ações afirmativas e as tensões que o debate gerou. Na quinta parte destaca-se que pesquisa é de cunho qualitativo e tem como base teórica a psicologia social e as relações raciais, estando os pressupostos epistemológicos de acordo com a perspectiva descolonial; os participantes dessa pesquisa são profissionais negras/negros, de três regiões do país - sul, sudeste e nordeste, que utilizaram as ações afirmativas para ingressar no ensino superior. Ao total 15 entrevistas foram realizadas, as entrevistas foram realizadas com base nas entrevistas narrativas biográficas, e o método de análise foi a análise episódica encontrada em Grada Kilomba (2019). Na sexta parte apresenta-se as análises episódicas do racismo cotidiano vivenciado no ensino superior, nesse capítulo constam relatos de: bell, Borboleta, Isabela, José, Marlete, Heitor, Patrícia, Tamara, Igor, Oxun, Dandara, Carol, Moises, Regina e Andreia.