Tetrápodes marinhos no sul do Brasil: uma análise construtiva sobre os bancos de dados oriundos das atividades do PMP-BS na região centro-sul de Santa Catarina entre 2015 e 2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bopp, Thales Rodrigo
Orientador(a): Moreno, Ignacio Maria Benites
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212914
Resumo: A região sul do Brasil apresenta uma grande diversidade de tetrápodes marinhos, servindo como sítio de alimentação ou reprodução de diferentes espécies, residentes ou migrantes, provenientes dos dois hemisférios. A convergência sub-tropical do atlântico sul é responsável por grande parte desta diversidade, por causar uma condição de alta produtividade trófica em sua área de ocorrência, que acaba por atrair diversas espécies, principalmente durante os meses de inverno e primavera austral. Ao percorrer as praias do litoral sul brasileiro neste período, não é incomum encontrar tetrápodes marinhos encalhados, vivos ou mortos. Muitas espécies de tetrápodes marinhos estão ameaçadas de extinção em algum grau, a nível mundial e nacional, sofrendo uma série de riscos potenciais como a poluição e degradação dos ambientes marinhos, colisão com embarcações, captura acidental em redes de pesca, mudanças climáticas, eventos de derramamento de óleo e o turismo desordenado. O monitoramento sistemático de praias mostra-se como uma importante ferramenta para um melhor entendimento dos organismos e dinâmicas ecossistêmicas relacionadas ao ambiente marinho. Em Agosto de 2015 teve início o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMPBS), uma das condicionantes ambientais das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural do Pólo Pré-sal da Bacia de Santos, exigidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), em relação a PETROBRAS, que está operando o empreendimento. Esta condicionante, que faz parte do licenciamento ambiental federal de tais atividades, tem como objetivo avaliar os possíveis impactos destas atividades sobre a fauna de tetrápodes marinhos, e, para tanto, estabeleceu-se o monitoramento diário e sistemático das praias do litoral sul e sudeste brasileiro, situadas entre os municípios de Laguna (SC) e Saquarema (RJ). A Universidade do Vale de Itajaí (UNIVALI) foi contratada pela PETROBRAS e assumiu a responsabilidade técnica pela Fase I do projeto, que abrange as praias situadas entre os municípios de Laguna (SC) e Ubatuba (SP), e contratou algumas instituições com histórico de atuação nas áreas para executarem o monitoramento. Os principais objetivos do presente trabalho são: (I) realizar uma revisão criteriosa dos registros, com ênfase na precisão das identificações taxonômicas, bem como avaliar e discutir as principais inconsistências verificadas, pontos sensíveis na coleta de dados e suas possíveis implicações; (II) descrever brevemente os padrões de encalhe dos tetrápodes marinhos encontrados na área compreendida entre a “Praia do Mar Grosso’’, município de Laguna (-28.495198, -48.761220) e as praias do município de Governador Celso Ramos (-27.314884, -48.557249), no período de 24 de Agosto de 2015 à 31 de Dezembro de 2017, enfatizando-se aspectos da ocorrência e riqueza de espécies na área de estudo em questão. Foram constatados alguns pontos sensíveis na coleta de dados, dentre os quais ‘’erros de identificação taxonômica’’ são os que merecem maior atenção. O grupo taxonômico em que estes erros foram mais frequentes foram as aves marinhas. Após revisão dos registros, observou-se um aumento na riqueza de espécies, em um total de oito espécies novas. Com relação aos padrões de encalhe, observou-se que algumas espécies apresentaram maior número de registros, como pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), tartarugaverde (Chelonia mydas), gaivotão (Larus dominicanus), bobo-pequeno (Puffinus puffinus) e toninha (Pontoporia blainvillei). O ano de 2016 teve um número maior de registros comparado à 2017, e, o pico de encalhes ocorreu em meses diferentes nos dois anos. O segundo semestre apresentou mais encalhes que o primeiro, nos dois anos. O banco de dados é robusto e traz informações biológicas importantes. Recomenda-se aperfeiçoamento constante das equipes e metodologias empregadas, bem como continuidade dos monitoramentos e pesquisas.