Avaliação comparativa multinível da qualidade da atenção primária à saúde no Brasil entre equipes da Estratégia Saúde da Família participantes ou não do Programa Mais Médicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rech, Milena Rodrigues Agostinho
Orientador(a): Harzheim, Erno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188959
Resumo: Introdução: O Programa Mais Médicos (PMM) foi instituído em 2013 no Brasil com a finalidade de aumentar recursos humanos na área médica para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir a equidade de distribuição desses profissionais. Mais de 18 mil vagas foram disponíveis, sendo que mais de 12 mil médicos provenientes de Cuba foram alocados para suprir as vagas faltantes, por meio de uma parceria entre MS e OPAS/OMS. Método: Foi realizado um estudo transversal de abrangência nacional em todas as regiões do país para avaliar a qualidade da Atenção Primária à Saúde (APS), medida com o instrumento PCATool-Brasil, a partir da experiência dos usuários que consultam com médicos cubanos e brasileiros vinculados ao Programa Mais Médicos e médicos brasileiros não vinculados ao programa. Na análise estatística a comparação do Escore entre os grupos foi realizada utilizando a Análise de Variância (ANOVA) com ajuste de Bonferroni para as múltiplas comparações. Na comparação da proporção de Alto Escore (≥ 6,6) entre os grupos de médicos, utilizou-se o teste Qui-Quadrado. Foi considerado nível de significância de 5%. Análise multinível foi realizada para avaliar características dos usuários e dos profissionais que pudessem influenciar no Escore Geral da APS. Na análise multinível, para permanência no modelo foi considerado p-valor <0,05. Resultados:A média do Escore Geral da APS do Brasil foi 6,78, e a média do Escore de Longitudinalidade foi 7,43. Ambos escores não apresentaram diferença entre os grupos de médicos. A média do Escore de Acesso do Brasil foi 4,24, havendo diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p-valor < 0,001). O Escore de Acesso do grupo MM Cuba (4,43 e IC: 4,32-4,54) foi discretamente maior que o escore dos demais grupos de médicos MM Brasil (4,08 e IC:3,98-4,18) e MedESF (4,20 e IC: 4,09-4,32). A proporção entre alto Escore de Acesso do Brasil e nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste foi maior no grupo MM Cuba que nos demais grupos. Na análise multinível, variáveis que permaneceram no modelo dos usuários – idade, estrato socieonômico, presença de doenças crônicas e o médico realizar visita domiciliar– e variável do médico – sexo e número de consultas por turno de trabalho - influenciam positivamente no Escore Geral. Conclusão:A estratégia nacional para alocação emergencial de médicos mostrou-se associada a maiores Escores de Acesso, principalmente em regiões de maior vulnerabilidade socioeconômica e com escassez de médicos (região Nordeste, Nordeste e Centro-Oeste). Por outro lado, pode-se afirmar que o tipo de médico, cubano ou brasileiro, não influencia a qualidade da APS prestada na Estratégia Saúde da Família. O grau de orientação da APS (Escore Geral) do Brasil, e seu componente longitudinalidade, ultrapassaram levemente o ponto de corte para a categorização de um alto escore, mostrando que, além do provimento de médicos, existem outros componentes que necessitam de intervenção para promover o fortalecimento da APS no país. Com a análise multinível, podemos identificar que o fortalecimento da APS também pode ser alcançado ao reforçar os papéis fundamentais de um médico que trabalha na APS (como realizar visitas domiciliares em situações necessárias), bem como aprimorar o acesso das populações de maior vulnerabilidade socioeconômica, pessoas mais jovens ou que não possuam doença crônica estabelecida.