Porto Alegre: vila, favela, bairro? o que dizem as crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Furtado, Tanara Forte
Orientador(a): Kaercher, Nestor André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/111853
Resumo: O presente estudo procura compreender como um grupo de 15 (quinze) crianças entre 8 (oito) e 12 (doze) anos de idade, moradores do Bairro Lomba do Pinheiro, localizado na zona leste da cidade de Porto Alegre e distante cerca de 20km do centro, apreendem a cidade e a si mesmas nessa relação com o espaço urbano. No intuito de acessar os conteúdos infantis e assim conhecer suas experiências cotidianas, na maioria das vezes segredadas aos adultos, a pesquisadora valeu-se do conceito de adulto atípico de William Corsaro. A interação com o grupo isentou-se de intervenções ou sanções punitivas, mesmo diante das situações conflituosas presenciadas na escola municipal de ensino fundamental onde a pesquisa de campo foi realizada. O reconhecimento da distinção entre a figura da professora e da pesquisadora foi o marco inicial e fundamental do processo de vinculação e aceitação por parte das crianças. Conversar foi a palavra de ordem da metodologia para a geração de dados. A cidade de Porto Alegre compreendida enquanto conteúdo de educação, conteúdo educativo e agente educador (Cavalcantti, 2008), é o foco central dos diálogos estabelecidos entre a pesquisadora e o grupo. A observação de alguns elementos da paisagem urbana, como a arquitetura, infraestrutura e serviços, aliada às experiências de corpos e imaginação no mundo, compõem o repertório a partir do qual a cidade vai sendo interpretada, ao mesmo tempo em que vivida. E o reconhecimento de diferenças, que ao impactarem na qualidade de vida dos indivíduos tornam-se desigualdades, conduz o eixo argumentativo através do qual as crianças demonstram serem conhecedoras do complexo arranjo socioeconômico ao qual estão atreladas as (importantes) possibilidades de legitimação da cidadania portoalegrense. A cidadania e o direito à cidade, irremediavelmente perpapassam pelas condições de materialidade de vida das crianças e, portanto, de suas condições financeiras.