“Entre a lagoa e o mar” : propriedade e mercado de terras em Santa Vitória do Palmar (1858-1888)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Aita, Edsiana de Belgrado
Orientador(a): Osório, Helen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/114412
Resumo: O objetivo deste trabalho é compreender as características da propriedade e do mercado de terras na fronteira sul do Rio Grande do Sul, Santa Vitória do Palmar, na segunda metade do século XIX. As fontes utilizadas foram, principalmente, os inventários post-mortem e os registros cartoriais de compra e venda de terras. Sem desvincular a propriedade da terra do panorama da economia rural de Santa Vitória do Palmar, foi desenvolvida uma análise da estrutura agrária, que apontou para uma economia baseada na pecuária de pequeno porte, com uma estrutura fundiária que sofria mudanças como a valorização econômica da terra e a redução do tamanho médio das propriedades. Diante do processo de absolutização e de mercantilização, iniciado com a Lei de Terras de 1850, foi averiguada mudanças na forma como a propriedade era transmitida e comercializada, cada vez menos as imprecisões relativas à extensão e à localização configuravam-se como características da propriedade da terra nos meios burocráticos. Para o entendimento do processo de absolutização, foi crucial a análise do mercado local de terras, caracterizado pela homogeneidade dos preços, compatível com um panorama de consolidação de terra como mercadoria, e ao mesmo tempo a manutenção dos princípios de mercado imperfeito, com interferência da condição dos sujeitos nas transações. Em síntese, o trabalho proposto trata das transformações do mundo rural no século XIX, dos processos de fragmentação e de aumento do preço da terra, já enunciados em diversos trabalhos, mas que apresentam novas facetas quando analisados da perspectiva do mercado e do gerenciamento desse bem que se tornou ao longo do oitocentos no principal componente de definição de riqueza no espaço agrário.