Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Rafael de |
Orientador(a): |
Ribeiro, Marlene |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Espanhol: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/70609
|
Resumo: |
Essa pesquisa foi construída com o objetivo de compreender para explicar o sentido que assume a escolarização de nível médio na formação de jovens pertencentes a famílias produtoras de fumo da cidade de Santa Cruz do Sul/RS. Tratei de interrogar a educação escolar tomando como referência as relações de trabalho nas quais está inserida, explicando as contradições deste nível de ensino quando o trabalho realizado pelos educandos e suas famílias está articulado à lógica de mercado, imposta por empresas multinacionais. Neste contexto, e aprofundando o objetivo inicial, perguntei: poderá o Ensino Médio contribuir com a formação de sujeitos que se reconheçam enquanto trabalhadores do/no campo, e lutem por afirmar sua autonomia perante as multinacionais do fumo, cujo capital se constitui através da apropriação de seu trabalho? Ou, em sentido contrário, ele vai reforçar a visão hegemônica de subordinação do campo aos ditames da cidade, neste caso, dos produtores de fumo às indústrias multinacionais que os subordinam? Para dar conta desse problema realizei um estudo de caso acerca dos jovens pertencentes a famílias fumicultoras que frequentam o ensino médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira, situada no centro da cidade de Santa Cruz do Sul. Utilizando o materialismo histórico-dialético como método, e as categorias de análise “trabalho” e “escola”, o primeiro entendido como característica essencial do ser humano e princípio educativo por excelência, e a segunda entendida como local destinado à instrução de conhecimentos científicos selecionados na dinâmica da luta de classes. Mostrei então que as condições de trabalho na qual estão inseridas essas famílias conferem um sentido característico à escolarização dos jovens: a de que eles frequentam a escola para trabalhar fora do campo, mostrei também que a instrução escolar tem reforçado a visão do saber teórico como saber avesso ao trabalho camponês, e que dessa forma a escola não tem instrumentalizado o jovem para pensar sua realidade de trabalho. Por outro lado, e evidenciando a contradição com o primeiro sentido conferido à escola, tentei demonstrar que no espaço legado pelo contexto histórico no qual frequentam o ensino médio os jovens podem se apropriar dos conhecimentos científicos de formas diferentes daquelas desejadas pelas classes dominantes, podem transformá-los em instrumento para superação das atuais relações de trabalho. Em síntese digo que, embora o sentido geral da educação de nível médio no contexto analisado aponte para a negação do trabalho camponês seja pelo abandono da terra, seja pela sua subordinação à indústria fumageira, nas brechas da estrutura escolar capitalista estudantes e professores dão vida à luta de classes mostrando que o capital condiciona, mas não determina a formação de homens e mulheres. |