Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Andreis, Tiago Finger |
Orientador(a): |
Prolla, Patrícia Ashton |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/265098
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Resumo: |
O Câncer de Pulmão é a neoplasia que mais causa óbitos no mundo. O número de mortes relacionadas à doença é três vezes maior em homens se comparado ao câncer de próstata e quase duas vezes maior em mulheres quando comparado ao câncer de mama. Novas opções terapêuticas têm surgido nos últimos anos, incluindo drogas de alvo molecular indicadas quando há alterações acionáveis nos genes EGFR, KRAS, BRAF, ALK, ROS1, RET, ERBB2 e MET. Tumores que apresentam tais alterações nesses genes podem responder a inibidores de tirosina quinase (ITQs). Estes apresentam uma menor toxicidade e resultam em uma sobrevida livre de progressão e global superior à quimio e radioterapia convencionais, desde que os pacientes sejam acuradamente selecionados por meio do diagnóstico molecular. Diversos estudos ao redor do mundo já demonstraram que as frequências dos biomarcadores de resposta a ITQs variam grandemente entre as diferentes populações, porém poucos trabalhos exploraram o tema no Brasil. Este trabalho foi o primeiro a descrever a frequência de importantes biomarcadores de resposta a tratamento em uma série de pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) da região Sul do Brasil. Os dados revelaram que o gene EGFR está alterado em 19,1% dos casos, a menor frequência já relatada no país. Mutações em KRAS, por outro lado, estavam presentes em 30,2% dos casos, a maior até então descrita no Brasil. Também foi observado que aproximadamente 6% dos tumores investigados possuíam alterações raras de significado clínico incerto, cuja resposta a ITQs é ainda desconhecida. Uma vez que estudos investigando a resposta terapêutica de pacientes com tumores apresentando tal perfil molecular são escassos, o presente trabalho também busca avaliar a escolha dos profissionais médicos no tratamento deste grupo de pacientes na ausência de diretrizes específicas para conduta terapêutica e, para aqueles que optaram pelo uso de ITQs, o perfil de resposta observado após uso do medicamento. O acesso ao diagnóstico molecular e diferenças no perfil molecular de pacientes atendidos no sistema público e particular/suplementar de saúde também é um tema importante. Estima-se que menos de 40% dos pacientes brasileiros com CPNPC tenham acesso ao teste do gene EGFR, situação ainda mais precária para os demais biomarcadores e pacientes atendidos pelo sistema público. Nesse sentido, o estudo está avaliando os registros de dois hospitais terciários na cidade de Porto Alegre, a fim de coletar informações que possam fomentar futuras decisões quanto a políticas públicas de diagnóstico e tratamento do CPNPC. Por fim, uma vez que o CPNPC é diagnosticado em estado avançado em mais de 70% dos casos, torna-se importante a implementação de técnicas alternativas para o diagnóstico molecular da doença. Em tais casos, é relativamente comum que o tecido tumoral não esteja disponível devido à invasividade da biópsia convencional ou inacessibilidade do tumor. Sendo assim, a biópsia líquida pode permitir a investigação do DNA tumoral circulante (ctDNA) e é uma ferramenta diagnóstica de grande valor, auxiliando na exploração da heterogeneidade tumoral e na busca de biomarcadores preditivos e/ou prognósticos. Pelo nosso conhecimento, este foi o primeiro estudo a analisar alterações moleculares no DNA livre circulante (cfDNA) isolado de uma série de pacientes diagnosticados com CPNPC atendidos pelo sistema público de saúde. Resultados preliminares demonstraram que foi possível acompanhar a variação alélica de duas mutações somáticas em um dos pacientes, corroborando com a evolução clínica do mesmo. Espera-se que este trabalho, assim que concluído, torne a medicina de precisão mais próxima dos pacientes diagnosticados com CPNPC no sistema público do país, auxiliando na tomada de decisões em políticas públicas aplicadas ao diagnóstico molecular. |