Entre silêncios e murmúrios : a biblioteca escolar no Colégio Farroupilha (Porto Alegre/RS, 1949-2000)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Roberta Barbosa dos
Orientador(a): Almeida, Dóris Bittencourt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/139110
Resumo: Esta dissertação é fruto de uma pesquisa cujo objeto de atenção é a biblioteca escolar do Colégio Farroupilha, instituição de ensino da rede privada de Porto Alegre/RS, entre os anos 1949 e 2000. Inscreve-se no campo da História da Educação e assenta-se nos postulados da História Cultural, tendo como inspiração estudos acerca da história das bibliotecas, desenvolvidos por autores como Umberto Eco, Roger Chartier e Alberto Manguel. Inicialmente chamado Knabenschule des Deutschen Hilfsverein, o Colégio Farroupilha teve sua sede inaugurada no Centro de Porto Alegre, passando para sua sede atual, no Bairro Três Figueiras, no ano de 1962. Ainda na primeira sede, a instituição já contava com uma biblioteca, e com a mudança, a mesma foi transportada e modernizada. Importa destacar que em 1968 inaugurou-se a Biblioteca no novo prédio, intitulada Biblioteca Manoelito de Ornellas. Ao pesquisar sua trajetória, buscou-se construir um sentido de historicidade da biblioteca escolar, a partir das formas pelas quais ela se fez presente no cotidiano do Colégio Farroupilha. Como corpus documental, têm-se documentos mantidos pela instituição, como enquete sobre preferências de leituras dos alunos e listas de leitores assíduos, que serviram de suporte para compreender a trajetória desta biblioteca escolar e seus significados para um grupo de estudantes. Para além desses documentos escritos, por meio da História Oral, entrevistaram-se quatorze sujeitos que, de modos diferentes, tiveram aproximações com a referida biblioteca, na condição de diretora, funcionárias e alunos. A periodização da pesquisa foi demarcada a partir do documento mais antigo encontrado – uma foto da biblioteca datada de 1949 – e estende-se até 2000, por ser o ano em que uma importante funcionária deixa a escola. Ao longo da pesquisa, fez-se um levantamento nas Revistas do Ensino, a fim de investigar os discursos que circulavam na imprensa de educação acerca das bibliotecas escolares referentes à sua organização, disciplinarização e atuação das bibliotecárias. A partir destes embasamentos, foi possível perceber, em cada documento, escrito ou oral, informações importantes para construir esta narrativa. Este estudo buscou, nas falas dos sujeitos entrevistados, nos registros dos documentos da instituição e nas interlocuções com os discursos da Revista do Ensino, construir uma narrativa sobre a biblioteca escolar do Colégio Farroupilha. Neste sentido, valorizaram-se os usos que um grupo de alunos mantinha com o espaço, evidenciando diferentes apropriações feitas por estes estudantes da biblioteca, desde a ida semanal quase que devota até uma espécie de refúgio a algumas aulas, tendo como ponto em comum a sacralidade da biblioteca, envolta pela simbologia do silêncio exigido neste local. Entre idas espontâneas ou como uma fuga; entre leituras veladas, impostas ou prazerosas, entre devoção ou repulsa à sua quietude, buscou-se problematizar os significados da biblioteca escolar do Colégio Farroupilha na experiência de um grupo de alunos, a partir dos usos que fizeram deste local.