Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Schmidt, Daniel Prato |
Orientador(a): |
Malysz, Tais |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/196655
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Resumo: |
Introdução: O nervo massetérico (NM) tem sido utilizado em anastomoses massetérico-faciais na correção da paralisia facial, tanto de origem central, quanto periférica por ser uma técnica cirúrgica que apresenta baixa morbidade. Entretanto, esta prática ainda é pouco difundida pelo fato dos cirurgiões terem dificuldade em acessar e localizar o nervo. Objetivos: Descrever morfometricamente o nervo massetérico em cadáveres humanos e a sua relação anatômica com a artéria massetérica (AM). Material e métodos: Foram dissecadas 24 hemifaces de 12 cadáveres formolizados (6 homens e 6 mulheres), do acervo do Laboratório de Anatomia Humana da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil. O NM e a AM foram identificados em cada hemiface, na sua posição ao cruzar a incisura mandibular, e a localização anatômica dessas estruturas foram descritas através da distância horizontal e vertical a pontos anatômicos superficiais de referência (trago e arco zigomático, respectivamente) e através da mensuração da profundidade em relação ao arco zigomático, através de um paquímetro digital Vonder® 150 mm. Um fragmento do nervo (3 mm), ou do ramo principal no caso de haver ramos secundários, foi retirado, fixado em solução de glutaraldeído 2,5% e submetido ao protocolo padrão de inclusão em resina acrílica. Cortes semifinos transversais (900nm) foram obtidos através do ultramicrótomo e corados em azul de toluidina 1%. Um corte de cada nervo foi selecionado, a imagem capturada e analisada através do software Zeiss ZenBlue 2.3. Os dados morfométricos microscópicos coletados foram: área de seção transversal (AST), diâmetro total e número de fascículos do nervo, número total de fibras mielinizadas, área média das fibras mielinizadas e dos axônios, diâmetro médio das fibras mielinizadas e dos axônios, espessura de bainha de mielina e grau de mielinização (g-ratio). Além disso, test t de Student foi utilizado para comparar as variáveis entre homens e mulheres e entre os lados direito e esquerdo das faces (p<0,05). Os resultados foram expressos em média±desvio-padrão. Resultados: O NM cruzou a incisura mandibular, anteriormente e superiormente à AM através de 1 (79,1%), 2 (12,5%) ou 3 (8,3%) ramos para suprir a porção profunda do músculo masseter. A distância média do NM ao trago foi de 33,24±3,1mm e a partir do arco zigomático foi de 8,34±2,1mm. As hemifaces direitas apresentaram maior distância do NM (34,5±2,1 mm vs. 31,9±2,8 mm; p<0,05) e da AM (32,29±2,51mm vs. 29,86±2,62mm; p<0,05) em relação ao trago.O NM esteve posicionado cerca de 2,17±1,24 mm anterior e 1,78±1,79 mm superior à AM. A distância horizontal entre o NM e a AM foi menor em homens (1,53±0,74 mm vs. 2,81±1,33 mm, p<0,05). A profundidade média do NM em relação ao arco zigomático foi 11,32±2,1 sendo que esta foi maior em cadáveres homens (12,43±2,21 mm vs.10,22±1,26mm; p<0,05). O NM foi identificado como monofascicular com 1683±315 fibras nervosas mielínicas, a AST média foi 0,30±0,1 mm² e o diâmetro médio do nervo foi 0,76±0,18mm. A área média de fibras e de axônios foi de 51,85±30,58 μm² e 12,98±11,48 μm², respectivamente. O diâmetro médio das fibrase o axonal foram de 7,65±2,74 μm e 3,7±1,7 μm, respectivamente. A média da espessura da 13 bainha de mielina foi de 1,98±0,82 μm e a média do g-ratio foi de 0,48±0,11. O NM apresentou 12,5% de pequenas, 9,33% de médias e 78,17% de grandes fibras mielinizadas. O MN apresentou 21,08% de fibras com diâmetro menor que 5 μm, 77,05% de fibras com diâmetro entre 5-12 μm e 1,9% de fibras com diâmetro maior que 12 μm. As hemifaces direitas apresentaram menores valores (p<0,05) que as esquerdas para área axonal (11,10±8,58 μm vs. 15,08±13,75 μm), diâmetro axonal (3,46±1,48μm vs. 3,96±1,88 μm) e g-ratio (0,45±0,10 vs. 0,51±0,11). A espessura de bainha de mielina foi maior no lado direito (2,09±0,84μm vs. 1,85±0,77 μm, p<0,05). Os resultados mostraram valores semelhantes na comparação entre os lados para área e diâmetro de fibras nervosas (p>0,05). Conclusões: Os dados obtidos neste estudo contribuem para a identificação de uma região de localização do nervo massetérico para acesso cirúrgico e fornecem dados morfométricos microscópicos para nortear procedimentos de anastomose massetérico-facial em correções cirúrgicas de paralisias da musculatura da mímica facial. |