Alegorias etnográficas do mbyá rekó em cenários interétnicos no Rio Grande do Sul (2003-2007) : discurso, práticas e holismo mbyá frente ás políticas públicas diferenciadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Pires, Daniele de Menezes
Orientador(a): Souza, José Otávio Catafesto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13812
Resumo: As comunidades Mbyá-Guarani no Rio Grande do Sul possuem trajetórias que consolidam seu reconhecimento enquanto grupo culturalmente diferenciado e reforçam sua autodeterminação étnica, através do jeguatá (caminhada), apesar de viverem hoje reduzidos em pequenas áreas descontínuas (entre aldeias e acampamentos), mas interligadas etnicamente, num espaço geográfico dominado pela propriedade privada e pela ocupação por descendentes de imigrantes europeus que deles se contrastam. A perda de seu território original e a decomposição ambiental foram fatores que impuseram transformações mais drásticas – radicalizando os efeitos da sua própria historicidade – no Mbyá rekó (modo tradicional de vida), obrigando as pessoas Mbyá-Guarani a estabelecerem um convívio cada vez mais estreito e cotidiano com representantes externos, desde aqueles que fazem intervenções dentro das Tekoá (aldeias), até suas relações de vizinhança, na participação em reuniões promovidas pelos poderes públicos e em negociação com diversas instituições, participando de cenários que geram mudanças no processo de manutenção do Mbyá rekó, mas que não substituem os cenários que fundam seu habitus original. Ao mesmo tempo, os primeiros anos do século XXI estão marcados pela necessidade administrativa do Estado brasileiro em dar conta das demandas diferenciadas dos diversos grupos que constituem a sociedade nacional. A pesquisa etnográfica procurou focalizar, inicialmente, algumas dimensões de interação estabelecidas entre os Mbyá e os representantes das instituições governamentais, particularmente demonstrando sua capacidade de se fazerem visíveis e tornarem-se atores nos espaços abertos pelos mecanismos governamentais, através de estratégias próprias – singularidades do Mbyá rekó também trazidas pela etnografia desta pesquisa –, articulando parceiros que viabilizem o atendimento de suas demandas específicas. Faz-se o registro desse diálogo e da conseqüente costura interinstitucional por ela gerada, o que possibilita uma maior “sustentabilidade” e valorização do patrimônio cultural Mbyá.