Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Navarro, Isis Juliene Rodrigues Leite |
Orientador(a): |
Candotti, Cláudia Tarragô |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/251648
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Resumo: |
A escoliose idiopática (EI) é uma das deformidades mais comuns da coluna vertebral, sendo definida como uma deformidade tridimensional da coluna vertebral e do tronco. Na última década os esforços em busca da consolidação de um olhar multidimensional para avaliação e acompanhamento da EI aumentaram, indo além do exame radiológico. A topografia de superfície é um exame de imagem livre de radiação que fornece informações relevantes na avaliação do paciente com EI, entretanto sua utilização não é realizada de forma padronizada, o que limita sua aplicabilidade. A presente dissertação de mestrado teve por objetivo verificar a capacidade de identificação da EI através da topografia de superfície, usando a técnica de rasterestereografia, correlacionando seus achados com uma avaliação clínica baseada na fotogrametria e no escoliômetro. Para contemplar esse objetivo foram realizados dois estudos. O Estudo 1 consistiu numa revisão sistemática com metanálise que objetivou (a) identificar quais são os marcadores anatômicos de referência utilizados pela topografia de superfície; (b) identificar quais são os parâmetros utilizados pela topografia de superfície; e (c) conduzir uma metanálise através dos coeficientes de correlação de Pearson (r) e intraclasse (ICC), a fim de estabelecer confiabilidade da topografia de superfície na identificação da escoliose idiopática do adolescente (EIA). A avaliação da qualidade metodológica foi realizada seguindo Brink & Louw. Foram incluídos 23 artigos para síntese qualitativa e 11 para metanálise. Os valores de r para correlação, nos planos frontal, sagital e transversal, variaram de 0,55 a 0,84. Os valores de ICC para reprodutibilidade, no plano frontal e sagital, foram de 0,84 a 0,97. Foi possível determinar que: (a) apenas quatro marcadores anatômicos de referência são suficientes na avaliação topográfica; (b) a avaliação do paciente com EIA pode ser feita através da extração de nove parâmetros; e (c) a topografia de superfície apresenta uma correlação forte e significativa com as radiografias na avaliação da EIA através do ângulo de inclinação da coluna (análogo ao Cobb), no plano frontal e para os ângulos de cifose e lordose, no plano sagital, sendo reprodutível na análise interavaliadores e intra-avaliadores no plano sagital e na análise intra-avaliadores no plano frontal. O Estudo 2 visou contribuir com a sistematização da avaliação da coluna vertebral e do dorso para identificação da EI, através da topografia de superfície, buscando (1) identificar quais parâmetros extraídos da topografia de superfície, através da técnica de rasterestereografia, são preditores para identificação da EI e (2) identificar a capacidade da técnica de rasterestereografia em determinar a severidade da EI. Foram avaliados 77 participantes com idades entre sete e 18 anos, de ambos os sexos. A avaliação consistiu em três exames, sendo eles a topografia de superfície (Vert 3D), a fotogrametria e o escoliômetro. A ordem dos exames foi definida através de sorteio no momento inicial da avaliação. O protocolo de avaliação da topografia de superfície contou com a utilização de apenas quatro marcadores nos seguintes pontos anatômicos: processo espinhoso da sétima vértebra cervical (C7), espinhas ilíacas póstero-superiores (EIPS) e processo espinhoso da primeira vértebra sacral (S1). Para análise topográfica, foram utilizados 13 parâmetros da topografia de superfície, sendo eles: cifose torácica, lordose lombar, rotação das EIPS, inclinação das EIPS, ângulo da maior curva à direita (plano frontal), ângulo da maior curva à esquerda (plano frontal), rotação do tronco à esquerda, rotação do tronco à direita, distância C7-S1 (plano frontal), deslocamento C7-S1 (plano sagital), ápice da curva à direita (plano frontal), ápice da curva à esquerda (plano frontal) e comprimento do tronco. Na análise estatística, foi utilizada uma regressão linear múltipla para verificar quais parâmetros da topografia de superfície são necessários para identificar a presença de EI. A fim de determinar a capacidade diagnóstica da topografia foi utilizada a Receiver Operating Characteristic Curve (curva ROC). Para região torácica a análise resultou num modelo, com o ângulo de rotação do tronco (ART) como variável depende, que atingiu um R² ajustado de 0,73, incluindo as seguintes variáveis independentes (parâmetros da topografia de superfície): Cifose torácica, Rotação das EIPS, Ápice da curva à esquerda, Deslocamento C7-S1 (sagital), Rotação do tronco à esquerda, Distância C7-S1 (frontal), Rotação do tronco à direita e Ápice da curva à direita. Para região lombar o melhor modelo encontrado contou com o ART (escoliômetro) como variável dependente e resultou num R² ajustado de 0,45. Neste modelo as variáveis independentes (parâmetros da topografia de superfície) incluídas foram: Comprimento do tronco, Inclinação das EIPS, Deslocamento C7-S1 (sagital), Rotação do tronco à esquerda, Distância C7-S1 (frontal) e Ápice da curva à direita. Ambos os modelos se mostraram estatisticamente significativos (p=0,000). Ainda, o exame se mostrou capaz de identificar a severidade da EI com base em quatro parâmetros, estabelecendo seus respectivos pontos de corte através da curva ROC: para região torácica, valores de sensibilidade entre 61% e 71% e especificidade entre 66% e 93%; para a região lombar, valores de sensibilidade entre 58% e 75% e especificidade entre 47% e 82%. Baseado nos valores de área sob a curva, que chegaram a 84% na região torácica e 78% na região lombar, entende-se que é adequada a capacidade diagnóstica do exame de topografia de superfície (Vert3D) na identificação da EI. |