Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Pedro Henrique Sulzbach de |
Orientador(a): |
Bitencourt, Maria de Fatima Aparecida Saraiva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/190005
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Resumo: |
O Ciclo Orogênico Brasiliano/Panafricano, que se estende do Neoproterzoico ao Cambriano, possui grande expressividade entre as rochas que compõem os Escudos do Uruguai e dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no sul do Brasil. Nesse contexto, destaca-se o volumoso magmatismo ao longo de zonas de cisalhamento transcorrentes, que originou os batólitos do Cinturão Dom Feliciano. No Escudo Catarinense, a Zona de Cisalhamento Major Gercino foi responsável pelo posicionamento de diversos corpos magmáticos, entre eles os Granitoides de Quatro Ilhas (GQI). Os GQI são granodioritos a monzogranitos porfiríticos, grossos, com afinidade toleítica alto-K e idades de ca. 625 a 615 Ma, respectivamente. Possuem uma foliação com mergulhos suaves a fortes para SE, marcada pelo alinhamento e estiramento de fenocristais de K-feldspato. Os monzogranitos são cortados por injeções tabulares de diorito, granitos de granulometria fina, e veios aplopegmatíticos, com contatos quentes, por vezes discordantes da foliação, frequentemente interdigitados a ela. Os corpos de granitos finos possuem de 10 a 30 cm de espessura e direção NE-SW, com mergulhos sub-horizontais a subverticais. Todo o conjunto é afetado por dobras de mesoescala, assimétricas, com vergência para NW e contemporâneas a zonas de cisalhamento subverticais de mesoescala. A contemporaneidade das estruturas transcorrentes e contracionais sugere transpressão atuando sobre os GQI. Microestruturas como a recristalização por rotação de subgrãos de quartzo e feldspato ocorrem tanto no granito porfirítico quanto nos granitos finos, apontado que uma parte significativa da deformação dessas variedades ocorreu sob as mesmas condições, acima da curva solidus. Localmente, altas taxas de deformação levam à quebra de fenocristais de feldspato, com preenchimento de fraturas por líquido da matriz. Fitas de quartzo possuem registro de posterior recristalização em baixa temperatura, desenvolvidas à medida que a cristalização progride e os granitoides cristalizam em um ambiente tectonicamente ativo. Textura granoblástica poligonal local é gerada por recristalização estática de alta temperatura, que apaga as microestruturas mais antigas. Análises geoquímicas permitem identificar dois grupos de granitos finos: baixo- e alto-K, ambos controlados ora pelas estruturas de baixo ângulo de mergulho, ora pelas de alto. Os granitos finos de baixo-K são relativamente enriquecidos em Ba e Sr e empobrecidas em Rb e apresentam semelhanças geoquímicas com produtos de fusão crustal. Por sua vez, os granitos finos de alto-K têm diversas características de granitos do tipo-A derivados de magmas parentais toleíticos de médio- a alto-K, tais como os Granitoides de Quatro Ilhas. A ocorrência deste magmatismo de geoquímica variada, controlado pelas estruturas de baixo e alto mergulho, concomitantes, reforça o papel da Zona de Cisalhamento Major Gercino em mobilizar fusões mantélicas e crustais e promover sua interação em um ambiente transpressivo. |