Os desertos de Breaking Bad : sobre as novas séries televisivas, a adolescência e o mal-estar na cultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Françóis, Ana Paula Wilke
Orientador(a): Froemming, Liliane Seide
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/186105
Resumo: Este estudo aborda o enlace que se dá entre os sujeitos da adolescência e as novas séries audiovisuais. Os questionamentos levantados acerca da temática partiram da escuta realizada a jovens estudantes que buscaram atendimento psicológico em um setor de Assistência Estudantil de um Instituto Federal de Educação. E a pesquisa que aqui se configura apoia-se na aposta de que o estudo dessas produções culturais possa permitir saber um pouco mais sobre os sujeitos que as acessam. Para delimitação do objeto de pesquisa, optou-se por apenas uma dessas séries: Breaking Bad. Esta chamou a atenção pelo apelo que exerce junto ao público, bem como por trazer uma trama que remete a certo mal-estar, incomum às séries habitualmente acessadas pelos adolescentes até pouco tempo. Devido a isso, além do trabalho com o conceito de Adolescência (entendida aqui, de acordo com os pressupostos da teoria psicanalítica, como operação psíquica, um período de recapitulação, um só-depois do estádio do espelho), realiza-se também a articulação teórica com o conceito freudiano de Mal-estar na Cultura. Ainda, como referencial metodológico para análise da obra, utilizam-se os estudos que estabelecem diálogos entre Psicanálise e Cinema, concebendo o Cinema como linguagem e tomando a obra enquanto texto fílmico. Com isso, embora realizem-se algumas articulações acerca da narrativa, é priorizada a análise das operações por meio das quais signos fílmicos remetem uns aos outros, suscitando efeitos de sentido. Para tal análise utilizou-se de fragmentos do Episódio-piloto de Breaking Bad e suas possíveis associações a outras cenas de outros episódios. E, por fim, trata-se de elementos fílmicos que se destacaram durante a série e de como eles possibilitam tecer reflexões acerca do mal-estar na cultura e do sujeito da adolescência contemporânea. Destas reflexões, destacam-se as dimensões espacial e temporal, que são exploradas em profusão por meio de recursos formais presentes na obra e permitem pontos de diálogo diversos com a temática da adolescência. Observa-se ainda, que conforme a abordagem dada a algumas cenas, estes aparecem de forma propícia a evocar a questão do mal-estar (aqui entendido como topológico, marca de um lugar, de algo da ordem espacial), que já está amplamente presente em aspectos narrativos da série. Assim, trazemos uma discussão que revela alguns entrelaçamentos entre as Novas Séries Televisivas, Mal-Estar na Cultura e Adolescência.