Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Bessa, Dante Diniz |
Orientador(a): |
Franzói, Naira Lisboa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/172195
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Resumo: |
A tese que aqui se encontra tem como objetivo inicial registrar a experiência histórica do Programa de Formação Inicial dos Profissionais da Educação Básica (Profuncionário), que integra a política de valorização profissional dos funcionários de escola. A formação, em nível médio, ofertada pelo Profuncionário, propõe-se a contribuir na reconstrução da identidade profissional da categoria como profissionais da educação. Como a política de formação é voltada para funcionários em efetivo exercício de suas funções, argumenta-se que a mesma deve ser pensada como formação em serviço e que a reconstrução da identidade profissional acontece a partir de práticas formativas em situação de trabalho. Nesse sentido, um segundo objetivo se coloca, qual seja, o de analisar o processo de reconstrução da identidade dos funcionários a partir da formação em serviço. O conceito de “dupla antecipação” da ergologia, elaborado por Yves Schwartz, segundo o qual a atividade humana é antecipada por normas sociais e por normas de vida, fundamenta a perspectiva teórico-metodológica pela qual se aborda o tema e se pressupõe que a reconstrução da identidade profissional, a partir da formação em serviço, acontece no encontro e no confronto dessas normas, na relação que os profissionais experimentam entre a identidade concebida institucionalmente e a identidade construída na experiência no trabalho. Como o tema da identidade profissional não é discutido no campo conceitual da ergologia, foi preciso introduzi-lo ali, colocando a ergologia em diálogo com a sociologia das profissões, especialmente aquela construída por Claude Dubar. Na sociologia de Dubar, a identidade social é entendida como resultante de um processo de identificação no qual são articuladas duas transações, uma biográfica (subjetiva) e outra relacional (do sujeito com as instituições), o que permitiu a aproximação conceitual entre os dois campos do saber. Além do diálogo com Schwartz e Dubar, procurou-se dialogar, também, com quem teve experiência da formação em situação de trabalho, isto é, com duas profissionais da alimentação escolar que trabalham juntas e que concluíram o Curso Técnico em Alimentação Escolar. O diálogo com as últimas foi construído por meio de entrevistas individuais semiestruturadas nas quais se abriu espaço para a narrativa biográfica, e de entrevistas coletivas orientandas pelo conceito de “encontros sobre trabalho” da abordagem ergológica, além de observações in loco da rotina de trabalho das interlocutoras. A partir dessa abordagem, chegou-se à noção de que a identidade profissional se reconstrói em situação de trabalho na medida em que, para exercer a profissão, as trabalhadoras precisam fazer escolhas sobre seu próprio fazer e, assim, são levadas a renormalizar as normas antecedentes. No diálogo com as interlocutoras da pesquisa, pode-se aprender que a reconstrução da identidade profissional a partir da formação em serviço acontece pelo modo como as trabalhadoras se relacionam com as normas antecedentes transmitidas pelas práticas formativas em situação de trabalho, sejam as normas relativas a saberes, métodos, competências ou valores, enfim, atributos institucionalizados da profissão, pois, em situação de trabalho, essas normas ganham vida no sentido de que outros saberes, outros métodos, outras competências, outros valores são criados na atividade das profissionais na escola. |