Aparatos de produção subjetivo-corporais nas práticas de percepção da fertilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Klöppel, Bruna
Orientador(a): Rohden, Fabiola
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/159189
Resumo: A presente dissertação parte da constatação de certa controvérsia em torno dos benefícios e malefícios da utilização de contraceptivos hormonais, o que tem levado jovens a modificar suas práticas contraceptivas por conta de algumas preocupações. Dentre esses métodos, estão os métodos baseados nos sinais primários da fertilidade, praticados enquanto uma forma de “contracepção natural” e/ou de “monitoramento da saúde” associada a um projeto feminista. Desenvolvo algumas reflexões a partir da descrição de algumas práticas discursivo-materiais relativas a essas práticas, buscando compreender seus efeitos em termos de enquadramentos de corpos/sujeitos sexuados/generificados. Em diálogo com as teorias feministas neomaterialistas sobre ciência e da tecnologia, bem como com os estudos sociais da ciência e tecnologia, realizei observações em grupos de mulheres em redes sociais dedicadas ao tema, além de entrevistas semiestruturadas, visando apreender suas práticas relativas a esse tipo de tecnologia. Além disso, a fim de evidenciar a especificidade da configuração pesquisada frente a outras que relacionam (auto)conhecimento e projetos feministas, realizo um contraste ao longo do trabalho com o movimento de autoajuda feminista presente nos Estados Unidos no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, a partir da mediação do trabalho da historiadora Michelle Murphy. Tendo em vista normas de gênero que associam as mulheres à reprodução e contracepção, tal trabalho revela algumas estratégias de conformação e resistência que essas relações implicam e possibilitam. Ademais, nos ajuda a entender como se dão essas articulações heterogêneas que borram fronteiras entre sexo e gênero - e natureza e cultura, dentre outras - e como as mulheres dessa geração manipulam tais categorias quando tratam de contracepção e saúde.