Um carro a menos : a contra-hegemonia e a resistência ao consumo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Dalpian, Paulo Roberto Chaves
Orientador(a): Rossi, Carlos Alberto Vargas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/76842
Resumo: Estudos sobre diferentes comunidades e suas resistências ao consumo mostram a crescente onda de opções alternativas de estilo de vida, opostas ao esfacelamento das comunidades no ambiente de mercado – e seu subsequente restabelecimento em contextos de eventos e grupos com interesses especiais. Este estudo buscou compreender a atividade contra-hegemônica e sua ligação com resistência ao consumo na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil no evento Massa Crítica, contexto que se caracteriza por pregar valores contrários à cultura vigente de consumo, uma maior ligação com a comunidade e sustentabilidade. O estudo utilizou três técnicas diferentes para coleta de dados para que a captura do fenômeno fosse mais ampla e cobrisse os possíveis desdobramentos para os consumidores locais do contexto pesquisado. Tomadas fotográficas ajudaram a transpor as barreiras do texto e evidenciar mais detalhes do andamento do evento (Massa Crítica) e de contextos altamente relacionados. Observações de campo buscaram detalhes de ativismo, atividade contrahegemônica e resistência ao consumo nas relações dos indivíduos entre si mesmos e com transeuntes, motoristas e habitantes dos bairros que não puderam evidenciarse diretamente com os sujeitos de pesquisa. Entrevistas em profundidade, por sua vez, buscaram categorias culturais emergentes nos indivíduos participantes, suas opiniões, narrativas e sentidos que explicam - e são explicados por - suas opções e orientações de vida, consumo e ativismo. Encontrou-se uma convergência (com aspectos similares e diferentes em diferentes indivíduos) intrínseca entre a atividade contra-hegemônica e resistência ao consumo nos entrevistados, resolvida através do posicionamento de “nós” (com práticas positivas) e “eles” (com práticas negativas). Também foram identificadas motivações distintas que atraíram os entrevistados e participantes para o evento, consideradas “fracas” e “fortes” pelos participantes. Entre alguns pontos relevantes dos achados estão a necessidade de engajamento para a aceitação, pelo grupo, de conceitos e termos de marketing; a indicação de que o não-uso, o não-consumo e a não-posse podem, também, ajudar um indivíduo a se expressar perante o grupo a que se sente pertencente e à sociedade; e o capital social intrínseco às bicicletas entre os participantes do movimento.