Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Cargnin, Marcia Casaril dos Santos |
Orientador(a): |
Echer, Isabel Cristina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Palavras-chave em Espanhol: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/73012
|
Resumo: |
A produção de tabaco no Brasil tem importância considerável na atividade econômica e social pelas altas arrecadações de impostos e tributos. No entanto, para os trabalhadores rurais que cultivam o tabaco e para os tabagistas, tal cultura tem contribuído negativamente na qualidade de sua saúde, expondo os fumicultores a constantes riscos, devido a fatores como intenso contato com agrotóxicos, exposição à doença da folha verde e radiação solar. O objetivo geral deste trabalho foi analisar o perfil demográfico, socioeconômico e de saúde de famílias fumicultoras de um município da região Sul do Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, do tipo transversal, realizado em 2012 com famílias fumicultoras. A coleta de dados foi por inquérito domiciliar através de entrevista com instrumento contendo questões relacionadas à caracterização das famílias, situação socioeconômica, estado de saúde e status tabágico. Além disso, foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck e a Escala de Fagerström. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS versão 18. O projeto foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Comitê de Ética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Participaram do estudo 100 famílias fumicultoras, totalizando 366 pessoas, das quais 283(77,3%) adultos e 83(22,7%) crianças e adolescentes. As famílias vivem com renda mensal de 1.500,00 reais (1.000,00-2.500,00), sendo o tabaco responsável por 45,9±22,4% dessa renda e trabalham com a cultura há 19,5(10,5-20,7) anos. Constatou-se que 20(20%) dos que auxiliam na cultura do tabaco apresentaram sintomas de intoxicação e 81(81%) das famílias fazem uso parcial dos equipamentos de proteção individual. No núcleo familiar, os responsáveis pela produção de tabaco eram em sua maioria 82(82%) pais, 72(72%) de cor branca, 90(90%) casados, com média de idade de 46,9 anos, mediana de 3,0(1,0-3,0) filhos e média de 6,0±2,5 anos de estudo. Observou-se que 67(67%) referiram apresentar sinais e sintomas durante a cultura do tabaco, principalmente nas etapas de colheita e preparo das folhas. São fumantes 17(17%) indivíduos, os quais iniciaram o uso com média de 16±4,8 anos, apresentando mediana de 4,0(2,0-5,5) para dependência da nicotina, considerada baixa, e 90(90%) deles fazem uso de bebida alcoólica. Quanto à cultura do tabaco, 84(84%) referiram ter vontade de parar de cultivá-lo, sendo que 61(61%) estão pouco satisfeitos ou não satisfeitos. Após a análise multivariada, fatores como problemas de saúde, satisfação com a cultura do tabaco e baixa renda permaneceram associados com tempo (em anos) na cultura do tabaco (p=0,001); sinais e sintomas durante a cultura do tabaco (p=0,027) e vontade de parar com a cultura do tabaco (p<0,001); e contribuição do tabaco na renda familiar (p<0,001). Os resultados evidenciam os prejuízos desse produto na saúde dos fumicultores e sua insatisfação com a cultura, razão pela qual as famílias estão diversificando suas áreas em busca de menor dependência do tabaco, o que consequentemente poderá refletir em melhor qualidade de vida dessas famílias, havendo menor exposição a fatores causadores de doenças ocupacionais. |