Impacto da política pública de agricultura familiar nas relações dos agricultores : uma análise fundamentada na Teoria da Empresarização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Araujo, Ayana Zanúncio
Orientador(a): Silva, Rosimeri de Fatima Carvalho da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/108192
Resumo: O tema da pesquisa é a política pública de crédito rural para a agricultura familiar. O estudo consistiu em uma análise do processo de empresarização, descrito por Abraham (2006) e Solé (2000; 2008), estendido às pequenas unidades produtivas agrícolas desde a instituição do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). A Teoria da Empresarização foi a referência adotada para que se pudesse colocar em evidência a empresa, destacando traços e relações sociais que lhe são peculiares: autonomização da esfera econômica, mito fundador da escassez, racionalidade moderna, propriedade privada, mito do progresso e as relações de assalariamento, dominação, concorrenciais, funcionais e impessoais. O estudo foi realizado em dois municípios gaúchos, Maquiné e Nova Santa Rita, reconhecidos pela produção de gêneros de olericultura, popularmente conhecidos como legumes e verduras. O principal procedimento de coleta do material empírico ocorreu por meio da realização de entrevistas semiestruturadas, mas também foram empregados outros procedimentos, como a observação, a confecção de um caderno de campo, a consulta a documentos e o levantamento de dados secundários sobre os municípios. Os resultados da pesquisa apontam que a política é permeada pelos traços da modernidade relacionados ao fenômeno de empresarização, influenciando as relações estabelecidas pelos agricultores com as pessoas, com o tempo, o espaço, o trabalho, etc. Nesse sentido, as relações de exploração – que no campo não se manifestaram sob um caráter explícito e formal de assalariamento – o individualismo, o produtivismo, a eficiência puderam ser associados e estas relações que se estabelecem e se intensificam a partir da utilização do crédito. Verificou-se que a política de financiamentos favorece indiretamente as empresas do varejo alimentar e que as condições de acesso dos agricultores aos mercados são determinadas pela estruturação e pelo poder de mercado exercido pelo varejo. Por fim, observou-se que os agricultores com experiência de ação política conseguiram, em algumas situações, através de sua organização fazer frente a alguns aspectos da empresarização difundidos pela política pública.