Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Campos, Jaqueline Dinorá Paiva de |
Orientador(a): |
Ceccim, Ricardo Burg |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/111916
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Resumo: |
Esta dissertação está orientada pelo trabalho educativo em Núcleos de Educação de Jovens e Adultos, modalidade não presencial. Esses Núcleos são oferecidos como possibilidade à regularização da escolaridade formal, apoiando seus alunos na prestação de exames e obtenção da certificação. Seu alunado é composto por estudantes com idade superior aos 15 anos, que experimentaram o abandono da escola regular ou jamais a frequentaram, estando aí razões do mundo do trabalho, relações de gênero, comportamento desviante dos padrões da escola, repetências, dificuldades de aprendizagem, transtornos mentais, privação parcial de liberdade e sob medidas socioeducativas ou protetivas, entre outros, além daqueles pressionados pelas exigências de determinados postos de trabalho ou em busca da aceleração da escolaridade perdida em razão das várias motivações à evasão. Como proposta metodológica, a pesquisa fez uso da cartografia, utilizando-se das narrativas de alunos de um Núcleo na cidade de Porto Alegre/RS, a fim de captar minúcias e sutilezas que põem jovens e adultos em redes de si e de coletivos quando buscam, por si mesmos, a escola. Narrativas dos alunos configuraram o corpus da pesquisa. Na escuta e no acompanhamento de processos e percursos no trabalho educativo, histórias demandavam afetos e encontros, ou seja, não as “formas” como se oferecem exames, certificação e regularização da vida escolar, mas cenários de acolhimento. O estudo detectou, como processo pedagógico, a presença de “conversas-em-ação”. Conversasem- ação são geradoras de conexões e proporcionam novas maneiras de ser, fazer, viver, aprender. No Núcleo, conversas-em-ação eram convocadas pela horizontalização das relações, pelo acolhimento a fluxos intensivos, pelo rompimento com o modelo organizacional piramidal comum às instituições públicas, pela abertura à alteridade e pelo encontro com a diversidade. Pode-se compreender que as articulações produzidas no encontro educativo fazem emergir ações de si e de entornos, ressignificando o passado e o presente, fazendo reencontrar a multiplicidade (quando os caminhos estão em aberto) ou a possibilidade de novas conexões ao ensinar e aprender. Apreendemos o pedido por uma escola com mais instrumentos pedagógicos que curriculares, mais intensivos que disciplinares, mais desacomodadores que avaliativos, dando visibilidade a um trabalho educativo que se constrói em ato de mundo. Foram nominados pela pesquisa três instrumentos: o olhar-rizomático, a escuta-inscrição e o corpo-pendular. Tais instrumentos envolvem uma postura e disposição dos professores de uma escola não presencial, mas disponível à presença e à colaboração; não disciplinar nas regras de frequência, assiduidade, comportamento, mas modelável por seus alunos. Ver o aluno e perscrutar suas redes para corresponder à construção de projetos educativos com a cidade; escutar as necessidades educativas e inscrevê-las em acolhimento do que pede passagem, oferecendo um corpo-escola, um corpo-docência capaz de mover-se com os corpos dos alunos em movimentos de criação do viver. Uma “política cognitiva” de conversas-em-ação produz um espaço e um tempo que garantem borda (acolhimento), passagem aos devires em curso com o intermédio da Educação de Jovens e Adultos e uma aprendizagem em meio à vida e nas redes, composição de acontecimentos-aprendizagem, onde diferimos de nós mesmos, pois algo acontece conosco. |