A formação de epidemiologistas de campo por meio do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS - EPISUS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Macário, Eduardo Marques
Orientador(a): Duncan, Bruce Bartholow
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/99162
Resumo: CONTEXTUALIZAÇÃO: Nas últimas três décadas, o mundo vem passando por transformações de ordem econômica e social, que provocaram grande impacto nos sistemas nacionais de saúde pública. Novos desafios em saúde pública têm emergido, provocando a necessidade dos países ampliarem sua capacidade de preparação e resposta as emergências de saúde publica. Para tal, é fundamental contar com profissionais altamente capacitados para operacionalizar estas atividades. Uma das iniciativas de capacitação, criada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos foi o Epidemic Intelligence Service (EIS), um programa de treinamento em serviço que serviu de base e inspiração para o Field Epidemiology Training Program (FETP), que foi implantado no Brasil em 2000, após a constatação de que o país apresentava deficiências nesta área. OBJETIVOS: Descrever a metodologia do FETP como estratégia de treinamento em epidemiologia para o desenvolvimento de força de trabalho em saúde na resposta às emergências de saúde pública. Descrever a implantação e os principais resultados alcançados pelo FETP no Brasil de 2000 a 2012 e a metodologia utilizada pelo FETP em uma situação real de emergência em saúde pública. MÉTODOS: Foram revisados registros do EPISUS, descrevendo-se o histórico, perfil e as caracteristicas dos treinandos. Caracterizou-se as investigações de surto conduzidas pela revisão de relatórios, boletins e apresentações em seminários. Realizou-se também um estudo descritivo através da sistematização dos passos da investigação de surto frente a uma situação real de emergência de saúde pública que acometeu uma população do estado do Maranhão em 2006. RESULTADOS: De 2000 a 2012, onze coortes, num total de 116 treinandos, participaram do EPISUS. A maior parte dos egressos continuou trabalhando em órgãos públicos, principalmente no Ministério da Saúde e em Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, garantindo um bom retorno do investimento. Os treinandos participaram de 229 investigações, a maioria envolvendo doenças infecciosas, em 173 municípios das 27 Unidades da Federação. A análise da investigação de surto mostrou a utilidade do trabalho sistematizado realizado pelo EPISUS. Numa situação de extrema complexidade que ocorre numa emergência de saúde pública, ao mesmo tempo que a investigação era realizada, protocolos para tratamento foram implantados e várias ações de enfrentamento da situação foram desencadeadas, alcançando um resultado efetivo, num curto espaço de tempo. CONCLUSÕES: O EPISUS teve como propósito dotar o Ministério da Saúde de uma equipe de epidemiologistas com capacidade técnica e operacional para dar respostas rápidas e efetivas frente a emergências de saúde pública no país. Além dessa missão, o EPISUS promoveu um importante mudança tanto na estrutura quanto nos processos de trabalho do Ministério da Saúde, principalmente pela criação do CIEVS, e no alcance da capacidade própria de coordenar resposta a emergências de saúde pública. Ainda é necessário alcançar sua real legitimidade e reconhecimento, bem como avançar para formar profissionais para atuar nos níveis locais, ampliando a capacidade de resposta nacional.