Efeitos da dança, caminhada nórdica e exercícios em água funda na composição corporal e na densidade mineral óssea de pessoas com doença de Parkinson : ensaio randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fagundes, Alex de Oliveira
Orientador(a): Haas, Aline Nogueira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253837
Resumo: A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa que mais afeta a população de pessoas idosas. Na DP se manifestam sintomas não motores e motores que afetam a realização dos movimentos, postura, equilíbrio e locomoção. A não realização ou ausência da prática de atividades físicas (AF) contribuem para alterações na composição corporal (CC) e na densidade mineral óssea (DMO) por afetarem estruturas morfológicas do sistema musculoesquelético, da massa de gordura e do conteúdo mineral ósseo. O exercício físico (EF) tem sido usado como intervenção não farmacológica na reabilitação de pessoas com DP. Assim, a dança (DA), a caminhada Nórdica (CN) e os exercícios em água funda (EAF), além de melhorar os aspectos motores e não motores da doença podem promover alterações positivas na CC e DMO. De acordo com essa abordagem, a presente tese foi elaborada com três estudos. No Estudo 1 foi realizada uma revisão sistemática com metanálise e metarregressão, na qual analisamos 93 estudos elegíveis de ensaios clínicos e observacionais com objetivo de comparar as variáveis inerentes a CC e DMO de pessoas com DP (N = 8.268) e indivíduos saudáveis (N = 8.635). Os principais resultados foram que pessoas com DP apresentam valores menores que sujeitos saudáveis para o índice de massa corporal (IMC) com 1 kg/m2 (p < 0.001), massa corporal (MC) 2.5 kg (p < 0.001), massa óssea total 0.216 kg (p = 0.001) e DMO de corpo inteiro 0.06 g/cm² (p < 0.001). A metarregressão mostrou que a idade foi o único moderador que apresentou resultado significativo para o IMC e MC. Assim, quanto maior a idade, menor é a diferença nos resultados encontrados na metanálise entre sujeitos com DP e saudáveis. As demais variáveis do estudo não tiveram os resultados da metanálise influenciados pelos moderadores analisados (Idade, tempo da doença, o H&Y e a UPDRS III). Os Estudos 2 e 3 tiveram como objetivo avaliar e analisar, utilizando o absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA), os efeitos na CC e na DMO em pessoas com DP pré e pós 22 sessões de 3 protocolos de intervenções de terapias físicas: GDNC (N=12), GCN (N=10) e GEAF (N=10). Treze mulheres e 19 homens com 69.69±9.86 de idade, 76.62±13.53 Kg, H&Y de 2.16±0.86 e UPDRS-III 15.88±5.66, participaram dos estudos. Para a análise estatística foi utilizada a equação de estimativa generalizada (GEE), comparando os efeitos de três protocolos de intervenção diferentes para variáveis relacionadas a CC e DMO com pós hoc de LSD para CC e de Bonferroni para DMO (α = 0.05). Os principais resultados do Estudo 2 foram encontradas no fator tempo da GEE nos seguintes desfechos: massa corporal total (kg) (p = 0.030); Massa total das pernas (kg) (p = 0.023); Massa total do tronco (kg) (p = 0.014); Massa de gordura corporal (%) (p = 0.032); Massa gorda das pernas (%) (p = 0.047); Massa de Gordura Corporal Total (kg) (p = 0.034); Massa gorda das pernas (kg) (p = 0.013); Massa Gorda do Hemicorpo Esquerdo (kg) (p = 0.034). Foi encontrado um tamanho de efeito (ES) grande (d = 0.83) entre GNW versus GDNC e entre GEAF e GDNC para a massa gorda dos braços (%), indicando um efeito maior para GCN e GEAF, respectivamente, em relação a esse desfecho. Para a Massa Magra (Kg) foi encontrado um ES grande (d = 0.84) entre GEAF e GDNC do Hemicorpo Direito, indicando um efeito maior para GEAF em relação a este desfecho. Para o % de Massa Magra dos Braços foi verificado um ES grande (d = 0.83) entre GCN e GDNC, indicando um efeito maior para GCN em relação a este desfecho. Idade, tempo de doença, Hoen & Yahr e UPDRS-III não são preditores válidos de IMC, massa corporal (KG), massa magra corporal total (kg), massa de gordura corporal (kg), massa magra corporal (%), massa de gordura corporal (%) e resposta às intervenções. Os resultados encontrados no Estudo 3 indicam que ocorreu diferença estatística na DMO para fator grupo (p = 0.05) entre GCN e GDNC (p = 0.043); DMO tronco, fator de grupo (p = 0.013) para GCN e GDNC (p = 0.011); DMO da coluna (p = 0.008) e a DMO do corpo do lado direito (p = 0.022) nos GCN e GDNC; DMO da coluna: (p = 0.011); DMO do corpo do lado direito (p = 0.017); DMO dos braços, fator de grupo (p = 0.011) entre GCN e GDNC (p = 0,010); DMO pernas, grupo (p = 0.041). Para o Z-score ocorreu diferença no fator grupo (p = 0.039) entre GCN e GEAF (p = 0.033). Conclui-se, assim, que pessoas com DP possuem menor massa corporal (kg), IMC e DMO que pessoas da mesma faixa de idade saudáveis. Os três protocolos de 22 sessões (CN, DNC e EAF) indicaram ser capazes de manter os índices de massa magra (MM) e a diminuição dos índices de massa de gordura (MG). Esses resultados indicam que manutenção da massa muscular promove a manutenção dos parâmetros clinico-funcional.