Condição metabólica no pós-parto em vacas leiteiras de um rebanho no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Rossato, Winston Luiz
Orientador(a): Diaz Gonzalez, Félix Hilário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157256
Resumo: Este trabalho teve como objetivo caracterizar a condição metabólica de um rebanho de vacas da raça Holandesa durante o período do pós-parto mediante a análise do perfil bioquímico sangüíneo, comparando dois grupos de animais, um composto por 10 vacas de 1 a 2 lactações e o segundo composto por 9 vacas de 3 ou mais lactações. A condição metabólica foi relacionada com o desempenho reprodutivo dos animais sob estudo. O rebanho estava localizado na região do vale do Taquari, estado do Rio Grande do Sul. Amostras de sangue foram coletadas a partir da 3ª semana pós-parto, a cada 3 semanas até a 15ª semana. No plasma sangüíneo foram determinados 11 componentes mediante técnicas de espectrofotometria. O desempenho reprodutivo foi avaliado pelo intervalo partoconcep ção, número de serviços/concepção e concentração de progesterona no leite entre a 5ª a 8ª semanas pós-parto. As vacas com menor número de lactações sofreram maior perda de reservas corporais durante a lactação, fato que deve influir na sua adaptação metabólica nesse período. Com relação ao perfil metabólico foi observada uma menor glicemia nos animais de 1-2 lactações. Os valores de beta-hidroxibutirato foram elevados nos dois grupos de vacas, possivelmente em relação à fase inicial da lactação, mas não houve diferença entre os grupos. Os níveis do colesterol estiveram acima dos valores de referência a partir da 9ª semana no grupo de vacas de 1-2 lactações e da 6ª semana no grupo de vacas de 3 ou mais lactações. Os valores de uréia dos animais com maior número de lactações foram superiores aos dos animais com menor número de lactações. Os valores plasmáticos de albumina foram crescentes durante o pós-parto nos dois grupos de animais. O valor considerado de recuperação após o parto (30 g/l) foi atingido a partir da 6ª semana nas vacas de maior número de lactações e somente a partir da 9ª semana no grupo de vacas com 1-2 lactações. Houve uma tendência de os animais mais velhos terem níveis de calcemia menores que os animais mais novos. As vacas de maior número de partos tiveram desempenho reprodutivo inferior com relação às vacas de um ou dois partos, manifestado principalmente pelo maior número de serviços por concepção (3,6 vs, 2,6) e pelo intervalo partoconcep ção mais longo (183 vs. 142 dias). As vacas com maior intervalo partoconcep ção, tiveram menores concentrações sangüíneas de glicose e de betahidroxibutirato e maior concentração de uréia. Os dados sugerem que as vacas de maior número de lactações têm melhor adaptação ao desafio metabólico da lactação, em termos de manutenção da glicemia e recuperação da albuminemia. Porém, em termos de desempenho reprodutivo, seu resultado é inferior ao dos animais mais novos. Isto pode indicar que, mesmo em condições metabólicas adequadas, a idade pode ser um fator mais relevante no desempenho reprodutivo de vacas leiteiras.