A prática social educativa da FASE/PoA no movimento sindical : 1987-1993 : o movimento sindical como mediação da educação popular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1994
Autor(a) principal: Viegas, Moacir Fernando
Orientador(a): Silva Triviños, Augusto Nibaldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/256203
Resumo: A problemática investigada neste estudo refere-se à prática sindical como mediação da prática social educativa da Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (FASE) de Porto Alegre, no período dos últimos seis anos. Nosso objetivo principal foi analisar de que modo a prática social educativa desta instituição interfere nas lutas dos trabalhadores, na medida em que possui como mediação de sua ação as organizações sindicais, cujo caráter no sistema capitalista reside principalmente na gestão e controle das lutas operárias. Para tanto, analisamos os documentos que a FASE produziu neste período, observamos seu assessoramento ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Calçado de Novo hamburgo, assim como realizamos entrevistas semi-estruturadas com os técnicos da instituição. Nossa hipótese inicial foi a de que a concretização do objetivo principal da FASE, de formar e assessorar organizações próprias dos trabalhadores, ao ter como mediação de sua realização os sindicatos, criou uma Contradição na prática da instituição. Contradição que a situou num campo de disputa de classes sociais antagônicas.Os resultados a que chegamos demonstraram que o que determinou o desenvolvimento dessa contradição foi a concepção da FASE das entidades sindicais como representantes legítimos das classes trabalhadoras. Assim, a prática dos técnicos da instituição levou a que em certo momento, o que era para ser o meio de realização dos objetivos - os sindicatos - passasse a configurar o fim de sua prática. A FASE se distancia das lutas dos trabalhadores nos seus locais de trabalho, na medida mesma em que o ''novo sindicalismo'', antes ideologia de uma prática social contraditória, se incorpora nos mecanismos legais de representação capitalista. O capítulo sobre a concepção de hegemonia da FASE tem por objetivo demonstrar esta aproximação da entidade às burocracias sindicais, expressa no campo de forças em que está envolvida hoje. Um outro capítulo, que trata da FASE enquanto instituição, pretende apontar contribuições naquilo que tem sido um de seus principais questionamentos, sua identidade enquanto Organização Não-Governamental (ONG). Esta identidade é dada pelas relações sociais que a entidade estabelece com outras instituições. Os organismos sindicais não servindo a um verdadeiro, projeto de criação das organizações autônomas da classe trabalhadora, mas, pelo contrario, visando a gestão da força de trabalho, concluímos pela necessidade da FASE trabalhar diretamente com os trabalhadores. Este seria de fato o caminho para a constituição de relações sociais novas, anti-capitalistas.