Do esquecimento ao tombamento : a invenção de Arthur Bispo do Rosário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Borges, Viviane Trindade
Orientador(a): Schmidt, Benito Bisso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/22989
Resumo: Esta tese conta uma história de Arthur Bispo do Rosário (1909-1989), procurando problematizar sua trajetória através de uma análise enunciativa, mostrando a maneira como o personagem se delineia de diferentes formas, conforme o olhar de quem o apreende, de quem o toma e o institui como objeto. Loucura e arte se entrelaçam para compor a capacidade artística e a genialidade de um sujeito tido como único, que engendraria, em suas criações, todas as referências da arte contemporânea. Bispo não é o produtor central dos acontecimentos que perpassam estas páginas, mas sim o resultado da batalha discursiva aqui problematizada. Objetivou-se mostrar que não existe um único Bispo anterior às tramas discursivas que buscam representá-lo, um sujeito fundante, um ponto de partida que inauguraria seus gestos e palavras. O que existe são diferentes Bispos, produzidos pelos discursos que o apreenderam. Para isso, estudos acadêmicos, documentos institucionais, entrevistas, poemas, sambas enredo, fotografias, reportagens, inventários, bem como as peças por ele produzidas, hoje tidas como obras de arte, foram tomadas como monumentos que procuram dizer quem foi Arthur Bispo do Rosário. O olhar que norteou o presente estudo foi direcionado pelas noções foucautianas de “práticas discursivas e não discursivas”, “sujeito”, “enunciado” e “invenção de si”, além de outros conceitos como “enquadramento da memória” e “monumentalização”, e seus resultados apresentam-se em cinco partes, as quais tentam dar conta da intriga proposta: o período anterior à internação, sua vivência da Colônia Juliano Moreira (RJ), sua versão de si, sua incursão pelo mundo das artes plásticas e sua monumentalização.