Simulação hidrológica de grandes bacias semiáridas com densas redes de açudes e poucos dados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade Neto, Julio Vitorino
Orientador(a): Collischonn, Walter
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247562
Resumo: A região semiárida do Brasil apresenta um regime de precipitação com alta variabilidade espacial e temporal, além de elevada evaporação potencial, o que limita a disponibilidade de água para as atividades econômicas. Uma solução historicamente adotada para este problema, tanto pelo Estado como por empreendedores individuais, foi a construção de reservatórios, estruturas capazes de transpor a disponibilidade hídrica no tempo, de um período chuvoso para um seco. No Nordeste brasileiro, o processo de construção de açudes se iniciou ainda no século XIX e hoje há mais de 105.000 barramentos apenas no estado do Ceará, com predominância dos de pequeno porte. Essa densa rede de reservatórios é de difícil gestão, pois pouco se sabe sobre as características de cada estrutura e sobre as interações e efeitos sobre a hidrologia local. Modelos hidrológicos surgem como uma solução para este problema, porém, em sua maioria, não são idealizados para incorporar estruturas antrópicas em seu escopo, a exemplo do Modelo de Grandes Bacias (MGB-IPH). Assim, este trabalho tem o objetivo de desenvolver um módulo de reservatórios para incorporação ao MGB-IPH visando à modelagem de bacias hidrográficas de grande escala considerando densas redes de pequenos reservatórios sobre as quais existe pouco ou nenhum dado. Para isso, foram desenvolvidas metodologias de análise e geração de dados sobre pequenos reservatórios distribuídos sobre a sub-bacia do Banabuiú, bacia adotada para estudo de caso. Primeiramente, foram investigadas as relações e a influência de diferentes formas de representação dos açudes dentro do modelo, variando-se a quantidade de açudes representados explicitamente (on-grid) e a quantidade utilizada para gerar os açudes equivalentes (aqueles em sub-grid) através da utilização de diferentes densidades de drenagem. Em relação ao reservatório equivalente, foi feita uma comparação entre a metodologia proposta da tabela incremental que considera as respectivas áreas de contribuição de cada açude, bem como as interações entre eles; com uma versão alternativa que considerava os reservatórios equivalentes no exutório de cada minibacia. Por fim, foram analisados diferentes cenários de interação entre pequenos e grandes reservatórios através de curvas de permanência de atendimento a demandas. A partir dos resultados obtidos, pode-se inferir que a utilização de maiores densidades de drenagem foi a abordagem mais adequada, apresentando os melhores resultados globais do coeficiente de Nash-Sutcliffe (NS) para a bacia. Por sua vez, na comparação entre os reservatórios equivalentes, a metodologia proposta apresentou-se a mais adequada, sendo capaz de melhorar globalmente os coeficientes do modelo. Quanto às curvas de permanência, observou-se que a presença dos pequenos reservatórios reduz a entrada de água nos reservatórios estratégicos, diminuindo a capacidade destes açudes de atender às demandas da bacia. Dessa forma, embora existam limitações quanto aos resultados apresentados, observa-se que houve um considerável avanço na modelagem desses tipos de bacias dentro do modelo MGB-IPH.