Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Caroline Silveira |
Orientador(a): |
Magalhães, Pedro Vieira da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/265195
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Resumo: |
O transtorno bipolar é uma condição crônica e potencialmente grave. Os prejuízos agregados ao curso da doença impactam a saúde, a funcionalidade e a qualidade de vida do indivíduo. Poucos estudos qualitativos abordam o tema da recuperação e sabe-se que as características socioculturais influenciam nesse processo. Por isso, é importante investigar as experiências e percepções acerca da recuperação entre pessoas que têm o transtorno bipolar no contexto brasileiro. O objetivo principal deste estudo é compreender as experiências de recuperação a partir da percepção de pessoas em tratamento para o transtorno bipolar. Trata-se de um estudo de método misto que combina aspectos teóricos e técnicos das abordagens qualitativa e quantitativa. Com ênfase na abordagem qualitativa, buscamos explorar as percepções e experiências de pessoas em tratamento para o transtorno bipolar sobre a recuperação e os fatores envolvidos nesse processo por meio de entrevistas em profundidade e analisadas a partir da Teoria Fundamentada em Dados. Foram convidados a participar deste estudo pessoas com idade entre 18 e 65 anos e pelo menos um ano de experiência com o diagnóstico de transtorno bipolar, em atendimento no Programa de Transtorno Bipolar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (PROTAHBI – HCPA). Participaram deste estudo dezenove mulheres e sete homens, com idades entre 21 e 65 anos. A análise dos dados qualitativos revelou três temas principais: viver com a doença, o que significa estar recuperado e estilo de vida e cuidados em saúde. Um dos capítulos da tese abordou os dois primeiros temas em um artigo qualitativo sobre a recuperação. Devido a sua complexidade não é incomum conviver com os sintomas da doença e experimentar uma longa espera até a confirmação do diagnóstico de transtorno bipolar. Esse período tem um custo alto para o indivíduo e, em muitos casos, torna mais difícil a adesão ao tratamento – aumentando a carga da doença e provocando perdas por vezes irrecuperáveis. Contudo, apesar dos desafios impostos por essa condição, é possível restaurar a crença na possibilidade de se recuperar e viver uma vida satisfatória e produtiva, apesar da doença. Para isso, é fundamental que o modelo de tratamento compreenda o contexto do indivíduo para além das questões clínicas e, portanto, agregue as múltiplas dimensões envolvidas no processo individual da doença. Reorientar o tratamento do transtorno bipolar para a recuperação implica conhecer as experiências e percepções de quem tem a doença. A recuperação trata de questões profundamente pessoais e, para construir um plano de tratamento centrado nessa perspectiva, é necessário respeitar e considerar as experiências subjetivas de cada indivíduo. O terceiro tema, sobre qualidade de vida, deverá ser abordado em estudo misto descrito em “perspectivas futuras”. Por fim, exploramos em relato de caso o efeito de uma mudança de diagnóstico no processo de recuperação. A tese contribui para compreender os fatores que influenciam o processo de recuperação em pessoas com transtorno bipolar e enfatiza a necessidade de apoiar intervenções centradas nos interesses individuais desses indivíduos. |