Tempo de ejeção do ventrículo esquerdo e velocidade do fluxo sanguíneo cerebral em fetos em risco de síndrome de resposta inflamatória fetal na presença de RUPREME

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vettori, Daniela Vanessa
Orientador(a): Magalhães, Jose Antonio de Azevedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188891
Resumo: Introdução: A Ruptura Prematura de Membranas (RUPREME) pré-termo é uma das causas mais importantes de morbidade e mortalidade perinatal no mundo, relacionadas à imaturidade pulmonar fetal e à invasão microbiana da cavidade amniótica. No entanto, o diagnóstico clínico de infecção é pouco sensível e, geralmente, apresenta-se tardiamente. No feto, a infecção é conhecida como Síndrome de Resposta Inflamatória Fetal (FIRS, do inglês fetal inflammatory response syndrome) e caracteriza-se por envolvimento multiorgânico. Há evidências de que a exposição à inflamação intrauterina pode afetar a função cardíaca fetal e causar injúria cerebral perinatal. A ecografia com Doppler é um método capaz de avaliar a função cardíaca e adaptações da circulação fetal em resposta a diferentes insultos perinatais, e a sua utilidade na RUPREME pré-termo e na FIRS ainda não está estabelecida. Objetivos: Investigar se existem alterações no Doppler da Artéria Cerebral Média (ACM), no Tempo de Ejeção (TE) e na função do ventrículo esquerdo (VE) em fetos na presença de RUPREME pré-termo, com e sem FIRS, e verificar os desfechos neonatais. Métodos: Estudo de coorte controlado prospectivo, em gestantes com RUPREME e idade gestacional (IG) entre 24 e 33 semanas e 6 dias, que internaram no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e foram seguidas com conduta expectante até 34 semanas de gestação ou até o parto, no período de janeiro de 2015 a março de 2018. Todas essas gestantes realizaram ecocardiografia fetal com Doppler para avaliação do TE do VE e do índice de performance miocárdica (índice Tei) do VE e estudo Doppler da ACM (para avaliação dos índices de impedância) a cada 3 dias até a interrupção da gestação. As placentas foram enviadas para exame histopatológico, e os recém-nascidos (RN) acompanhados para investigação de sepse neonatal e injúria cerebral. Os controles eram gestantes de evolução normal e de igual IG. Resultados: Foram analisadas 68 mulheres, 34 com RUPREME pré-termo (grupo 1) e 34 controles (grupo 2). No grupo 1, a mediana do tempo de bolsa rota foi 14 dias (variando de 1- 63 dias), a sepse neonatal foi diagnosticada em 47%, a corioamnionite histológica em 50% e a funisite em 17,6% dos casos; a avaliação de bem-estar fetal, através do perfil biofísico fetal (PBF) e da cardiotocografia convencional, mostrou-se alterada em 20,5%, o hemograma (HMG) foi considerado infeccioso em 44,1% e a corioamnionite clínica foi diagnosticada em 17,6% dos casos. No grupo 1, o TE do VE médio foi significativamente mais curto (165,6 x 14 174,5 cm/s, p= 0,001), o índice Tei médio foi maior (0,46 x 0,38, p ≤ 0,0001) e o índice de pulsatilidade (IP) médio da ACM foi menor quando comparado com o grupo 2 (1,73 x 1,88, p= 0,004). Dentro do grupo 1, o índice Tei foi maior nos fetos que evoluíram para sepse neonatal (0,49 x 0,44, p= 0,005) e nos casos com corioaminite histológica (0,49 x 0,44, p= 0,046), e o TE do VE revelou-se mais curto nos fetos com evidência histológica de FIRS (156,5 x 167,2, p= 0,003). Conclusão: Existem alterações da função do VE e da ACM em fetos na RUPREME prétermo, assim como associação do índice Tei e do TE do VE com a presença de infecção nos compartimentos placentário e fetal.