Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Naschold, Angela Chuvas |
Orientador(a): |
Moll, Jaqueline |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257715
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Resumo: |
O acesso e a permanência na escola são buscados no Brasil desde o início do século XX. Entretanto, se o acesso ao ensino fundamental avançou, a permanência ainda constitui sério problema. Em 1997, objetivando trazer de volta alunos que abandonaram a escola, é criada, em Porto Alegre, a FICAI (Ficha de Comunicação do Aluno Infrequente), instrumento que firma compromisso de reinserção do aluno, entre escola, sistema público de ensino, Conselho Tutelar e Ministério Público, em parceria com entidades comunitárias e sociais. O trabalho é lançado no cotidiano das escolas, que o realizam segundo sua forma de compreender a responsabilidade social da inclusão escolar: umas gestando formas de acolhimento ao aluno que retorna pela FICAI, outras utilizando o novo instrumento na perspectiva da reafirmação da exclusão. Concomitantemente a este processo, no ensino municipal, são implantados os ciclos de formação, caracterizados pela organização dos alunos por idade e pela promoção continuada, com retenção somente em situações excepcionais, entre elas, a infrequência, caso dos alunos em FICAI. Nesse cenário, à luz da teoria do agir comunicativo, são pesquisados os caminhos que trazem o aluno de volta e os que o afastam da escola. A tese é desenvolvida sob a forma de pesquisa-ação, utilizando círculos de discussão, entrevistas, questionários, filmagens, observações, todos registrados no diário de campo e no portfolio, instrumento que possibilita a devolução aos envolvidos durante o processo dos achados da pesquisa. O trabalho inicia numa escola municipal da periferia, que apresentava, entre as demais escolas, maior incidência e FISCAIs. A seguir, estende-se à cidade, com a realização de visitas domiciliares, que buscaram trazer de volta à escola os alunos em FICAI e indicaram a necessidade de discutir a FICAI. O instrumento instituiu rediscussão anual da FICAI, indicando para 2003 a retomada de itens, como acolhimento do aluno no retorno à escola pela FICAI, vinculação do aluno ao saber, parcerias da escola com a comunidade para realização de visitas domiciliares e atualização dos endereços dos alunos, desatualizados em razão da matrícula automática. No fórum, foi destacado o agir comunicativo ao dar a palavra a todos, palavra que, no processo da pesquisa-ação, foi devolvida aos envolvidos. Isso permitiu avançar na conscientização coletiva e individual dos participantes e no encontro dos possíveis viáveis da inclusão escolar e social das crianças e adolescentes. Como um dos caminhos da volta e da permanência na escola, destacou-se a importância da instalação nos mundos da vida e do sistema de Redes Vinculares Comunicativas. Estas, centradas na linguagem e na argumentação, segundo normas e critérios éticos, geram consensos que provocam a desnaturalização da exclusão e impedem a colonização do mundo da vida pelo mundo do sistema, ao mesmo tempo em que ampliam a capacidade discursiva dos envolvidos e, consequentemente, a relação com o saber e com os horizontes vivenciais |