Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Mancopes, Renata |
Orientador(a): |
Ferreira, Maria Cristina Leandro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/151334
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Resumo: |
Este trabalho apresenta uma abordagem discursiva da afasia com o objetivo de refletir sobre o processo terapêutico fonoaudiológico à luz da Analise do Discurso, promovendo um redimensionamento dos lugares do terapeuta e do paciente, reorientando também as diretrizes do tratamento. Realizamos um gesto de leitura que discute a noção de língua e a noção de patológico, considerando o erro como um elemento que é próprio da língua. Assim, o erro afásico pode transcender o lugar da doença e ser incluído como uma possibilidade na linguagem, apesar da afasia. Nesses termos, propomos que seja incorporada aos estudos da fonoaudiologia a noção de real da afasia, concebendo-o como o limite do corpo que se impõe ao sujeito e com o qual há que se lidar, buscando re-significá-lo. Ao real da afasia, somam-se, como determinantes do dizer afásico, o real da língua (o equívoco) e o real do discurso (o silêncio). Trabalhar no âmbito do discurso supõe essas dimensões e desloca o terapeuta para a posição de analista, já que propomos que ele atravesse a opacidade da língua para buscar os sentidos da produção afásica. Fazemos uma reflexão sobre a questão da autoria na afasia, procurando legitimar o lugar de sujeito do discurso do sujeito afásico, garantindo-lhe a assunção da posição de autor no discurso. Finalmente, discutimos o estatuto da interpretação na terapia, propondo incorporá-la ao aparato teórico da fonoaudiologia, visto que, diante dos fatos de linguagem, somos irremediavelmente convocados a interpretá-los, dar-lhes sentidos. A interpretação emerge, então, como ferramenta de trabalho na fonoaudiologia, adquirindo uma nova especificidade: o que era descrição e decodificação, abre espaço para um gesto clínico que desloca sentidos e vai além da materialidade da língua. |