Vínculo mãe-bebê e sua associação com fatores de risco e proteção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Daiane Silva de
Orientador(a): Bandeira, Denise Ruschel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202536
Resumo: Diversos estudos ressaltam a importância da relação entre mãe e filho como um fator de proteção do desenvolvimento infantil. Esse vínculo é influenciado por diversos fatores, que podem ser de risco ou de proteção para essa relação. A literatura aponta exaustivamente esses fatores, investigando as suas relações ou apresentando-os separadamente. Todavia, não há estudos sobre a influência de determinados fatores atuando conjuntamente, como o vínculo que a mãe estabeleceu com a sua mãe na infância e os maus tratos, com o vínculo da mãe com a sua criança. Por meio de uma coorte com 361 mães, o prejuízo na relação mãe-filho foi avaliado pelo Postpartum Bonding Questionnaire, sendo essa a variável desfecho. Foi utilizada análise de regressão multivariada com abordagem hierarquizada em que os blocos hierárquicos foram estruturados segundo influência na relação mãe-filho. Foi construído um modelo de regressão linear múltipla hierárquica, com três blocos. A variável dependente foi o ÍndicePBQ1e2 (fator geral em relação ao vínculo mãe-bebê + problemas severos na relação mãe-bebê) e como variáveis independentes, no primeiro bloco foi acrescentada a variável escolaridade materna, no segundo bloco, violência sofrida e vínculo com a genitora na infância, e, no terceiro bloco, depressão pós-parto. No primeiro bloco, o modelo explicou 5% da variância do ÍndicePBQ1e2 [F(1, 136) = 6,51, p <0,012]. No segundo bloco, o modelo explicou 12% da variância do ÍndicePBQ1e2 [F(3, 134) = 5,88, p <0,001]. No terceiro bloco, o modelo explicou 28% da variância do ÍndicePBQ1e2 [F(4, 133) = 12,83, p <0,001]. A variável violência sofrida foi significativa para explicar o modelo no segundo bloco, mas perdeu a sua significância estatística no terceiro bloco. Após a regressão múltipla, foi feita análise de rede. Ter um vínculo prejudicado com a genitora na infância (PBI) aumenta 18% os escores no prejuízo no vínculo mãe-bebê (PBQ). Já o efeito da violência sofrida é indireto: é um fator de risco para a depressão pós-parto, que, por sua vez, afeta o vínculo mãe-bebê. O efeito da violência sofrida sobre o vínculo mãe-bebê não é direto, é mediado pela depressão. Isso explica porque, no modelo de regressão linear múltipla hierárquica, a violência sofrida não é significativa, quando acrescentada a variável depressão materna. Os diferenciais desse estudo são a utilização dos escores fatoriais do PBQ e o uso de análise de rede. Esse estudo corrobora a importância de uma relação mãe-bebê saudável para que a criança desenvolva um apego seguro, o que, por sua vez, é fundamental para o desenvolvimento socioemocional e 9cognitivo da criança. A partir do entendimento dos fatores de proteção e dos fatores de risco para esse vínculo e da atuação conjunta dessas variáveis, é possível pensar em políticas para a promoção e para a prevenção desses fatores.