“Nossa agricultura não pode parar!” : percepções, processos transformativos e estratégias diante da seca entre agricultores no Distrito de Magude, Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Saide, Mohomede
Orientador(a): Almeida, Jalcione Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249870
Resumo: A mudança climática é uma realidade em Moçambique e um pouco por toda a África subsaariana. Enquanto os eventos climáticos extremos aumentam de intensidade e regularidade, há uma preocupação crescente em teorizar a forma como os sistemas humanos e as práticas ecoagrícolas, produtivas, sociais e culturais têm se adaptado a essa nova realidade. Esta pesquisa investigou as práticas, as percepções e os processos adaptativos adotados por agricultores e famílias rurais no sul de Moçambique face à mudança climática, com enfoque nos eventos secos no distrito de Magude, província de Maputo. No estudo, destacam-se os fatores que influenciam a tomada de decisão de agricultores na adoção de estratégias de adaptação à mudança climática e o que essas adaptações produziram como efeito. Para lograr este intento, optou-se por uma metodologia de estudo essencialmente qualitativa operacionalizada através de a) análise documental, b) entrevistas em profundidade e semiestruturadas, c) dinâmicas de grupo e d) observação. Constatou-se que os agricultores alvo de intervenção estatal e privada de educação, extensão e programas de “resiliência climática” são propensos a adotar diferentes práticas de manejo e introdução de novas variedades de cultivos como forma de lidar com a mudança ou variabilidade climática. Nos cultivos, destacam-se tubérculos e raízes como a batata-doce e estacas de mandioqueira. Nas práticas agrícolas, destacam-se a rotação de cultivos, sistemas de irrigação gota a gota e por gravidade. Apesar disso, as classificações e percepções de mudança, bem como as suas narrativas, variam consideravelmente. Entre os agricultores visitados, aqueles que tinham experiências prévias com impactos da mudança climática, como secas e inundações, aparecem como elementos mobilizadores sobre os fatores antrópicos da mudança do clima (como o desmatamento), assim como induzem à necessidade de ações conjuntas de adaptação. Conclui-se que a adoção de pelo menos uma ou mais estratégias de mitigação aumenta a capacidade dos agricultores (tanto na categoria de associados como nos dispersos) no enfrentamento de eventos climáticos extremos como a seca.