Resumo: |
Esta pesquisa discute o processo de criação artístico de Paulo Bruscky a partir do uso insistente de arquivos, documentação e registros na formulação de seu pensamento estético, cuja dialética entre a efemeridade e o registro encontra presença decisiva na confecção dos seus Bancos de Ideias. Estes cadernos, construídos ao longo de décadas e continuamente atualizados, armazenam um arsenal de esboços, pensamentos e rascunhos das mais diversas obras – materializadas ou não. Anotações, frases, catalogação de sua vasta produção coabitam com obras vindouras, ainda em registro. Uma série de obras não realizadas pela recusa em Salões ou demais órgãos institucionalizados, a partir dos bancos e documentos, são revistos e analisados, trazendo à luz a atualidade do seu pensamento estético e sinalizando, de forma decisiva, fendas históricas e outras narrativas possíveis dentro dos sistemas hegemônicos. Com um posicionamento de resistência ético e político frente à Ditadura Civil Militar Brasileira e o capitalismo, as discussões impulsionadas pela documentação e arquivamento de Paulo Bruscky oferecem um viés alternativo que pode ampliar as reflexões sobre a arte contemporânea. |
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