Magnetismo ambiental de sedimentos do Oceano Atlântico sul durante o último período glacial-interglacial : implicações na paleoprodutividade primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rocha, Jerônimo de Ayala
Orientador(a): Savian, Jairo Francisco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/265852
Resumo: Nos últimos 40 mil anos da história da Terra ocorreram eventos paleoclimáticos abruptos, como a transição glacial-interglacial, os eventos Heirinch e o Younger Dryas. O oceano Atlântico Sul desempenha um papel fundamental nestas mudanças de clima global, principalmente pela interligação dos oceanos Índico e Pacífico e pelas correntes oceânicas que modulam o clima mundial. Resultados de diversos estudos indicam que a paleoprodutividade oceânica é frequentemente modulada pelas oscilações naturais da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch). Além disso, a circulação oceânica atua de forma importante a controlar a paleoprodutividade através da redistribuição de nutrientes e processos de ressurgência. No oceano Atlântico Sul, a célula de revolvimento meridional do Atlântico (AMOC), as águas da pluma do Rio da Prata, e a confluência Brasil-Malvinas, desempenham um papel central nas mudanças de paleotemperatura e paleoprodutividade. No entanto, os mecanismos que controlam estes fenômenos continuam sendo motivo de debate na literatura, principalmente na margem sul do Brasil pela falta de dados e estudos mais conclusivos. O magnetismo ambiental vêm sendo uma ferramenta largamente utilizada para se estudar dados de paleoclima e paleoceanografia porque as mudanças ambientais que ocorrem em larga escala podem ser identificadas através de mudanças nas propriedades magnéticas dos sedimentos. A descoberta das bactérias magnetotáticas abriu toda uma nova seção de estudo que é muito ligada à disponibilidade de nutrientes na coluna d’água não só para reprodução, mas também para processos de magnetização remanente biogeoquímicos. Neste trabalho realizamos análises de alta resolução de magnetismo ambiental e de microscopia eletrônica de transmissão (TEM) em um testemunho coletado na Bacia de Pelotas, sudoeste do oceano Atlântico, desde 40 mil anos até 5 mil anos. Estes resultados foram analisados em conjunto com dados de abundância relativa de foraminíferos planctônicos (Globigerina bulloides e Globigerinita glutinata) e dados geoquímicos (δ18O, δ13C e teor de CaCO3). Nossos resultados revelam uma variação cíclica da propriedade dos minerais magnéticos incluindo susceptibilidade magnética (χ), magnetização remanente anisterética (MRA), magnetização de saturação isotermal remanente (SIRM), a razão da susceptibilidade de MRA com o MRIS (χMRA/MRIS) em consonância com os dados geoquímicos. O período de ciclicidade é coincidente com o ciclo precessional da órbita da Terra. Nós sugerimos que o aumento da insolação causa crescimento no aporte de poeira eólica, promovendo a fertilização por ferro, micronutriente que costuma ser limitante para a produção primária. Isto, por sua vez, maximiza a paleoprodutividade oceânica e, consequentemente, o aumento da concentração de magnetofósseis. Esta é uma nova proposta para os estudos de paleoprodutividade primária nos oceanos, porém, muitos estudos precisam ser realizados, principalmente pela alta complexiidade que existe entre a disponibilidade de nutrientes e a magnetização dos sedimentos.