Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Domingues, Diego Augusto |
Orientador(a): |
Moreira, Jose Claudio Fonseca |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/233104
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Resumo: |
As terapias tradicionais no combate ao câncer baseiam-se em estratégias de tratamento citotóxicas onde a completa destruição celular otimiza o potencial de sobrevivência dos pacientes. Porém, muitas abordagens são limitadas devido aos efeitos colaterais, que incluem o desenvolvimento de resistência ao tratamento e recorrência tumoral. Buscando-se otimizar as respostas aos tratamentos surgem novas combinações de fármacos, como é o caso da combinação de cisplatina e ácido retinoico em câncer de pulmão. Apesar disso, a cisplatina é uma droga indutora de senescência celular em diferentes linhagens. Células senescentes permanecem viáveis e metabolicamente ativas, paradas no ciclo celular, e em contraste às células sujeitas a apoptose em resposta a drogas citotóxicas, células senescentes podem persistir no microambiente tumoral. Desta forma torna-se necessário um melhor entendimento dos efeitos dessas combinações e a relação destas com os processos celulares de adaptação ao estresse. O objetivo principal do trabalho foi avaliar os efeitos da combinação de cisplatina e ácido retinoico no tratamento de uma linhagem de adenocarcinoma pulmonar chamada A549, investigando o papel da senescência celular e sua relação com processos celulares como apoptose e autofagia. O tratamento foi desenhado da seguinte forma: pré-incubação com ácido retinoico durante 24 horas, seguido de co-tratamento com cisplatina e ácido retinoico em períodos de 24, 48 e 72 horas. As doses de cisplatina dos grupos variaram de 0, 1 e 5 µg/mL, enquanto que a dose de ácido retinoico foi de 20 µM. As células positivas para senescência celular foram identificadas por microscopia ótica através do ensaio da β-galactosidase associada à senescência, mostrando que grupos contendo somente cisplatina induzem a senescência celular de maneira dose e tempo dependente, enquanto que grupos contendo ácido retinoico demonstraram uma evasão da indução do processo senescente. O ensaio de ciclo celular revelou que os grupos tratados somente com cisplatina tiveram uma desregulação do ciclo celular, quando comparados aos grupos tratados com cisplatina e ácido retinoico, causando uma mudança nos estados de G1 para estados S/G2 do ciclo celular. O ensaio de anexina V-FITC revelou que os grupos tratados com ácido retinoico tiveram a viabilidade celular aumentada quando comparadas com grupos com apenas cisplatina. O ensaio de laranja de acridina apontou que os grupos tratados com ácido retinoico tiveram maior taxa de células marcadas para autofagia quando comparadas tanto ao controle quanto a grupos tratados somente com cisplatina. Já os ensaios de MitoStatus TMRE mostraram que os grupos contendo ácido retinoico tiveram o potencial de membrana aumentado quando comparado aos outros grupos, inferindo que a viabilidade celular geral é diretamente relacionada à viabilidade ou saúde mitocondrial. Esses resultados sugerem que a cisplatina combinada ao ácido retinoico no tratamento contra câncer de pulmão na clínica deve ser reinvestigado e reconsiderado, tendo em vista que o escape do processo de senescência celular é um mecanismo conhecido de desenvolvimento de tumor em diversas células imortalizadas humanas. Além disso, grupos contendo ácido retinoico demonstraram uma morfologia e fisiologia mais saudável em relação aos grupos que continham cisplatina, significando que o ácido retinoico pode impactar na genotoxicidade da cisplatina. Em uma situação onde a cisplatina tem um papel na senescência induzida por terapia, seria sensato adotar o uso de agentes senolíticos como uma segunda linha de tratamento para minimizar a possível recuperação de subpopulações e evitar a recorrência da doença. |