Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Gedoz, Laís |
Orientador(a): |
Nascimento, Matheus Monteiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/281095
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Resumo: |
A literatura nacional sobre questões de gênero possui uma escassez de trabalhos sobre as experiências e a identidade científica das mulheres que atuam no campo da Física. Com o propósito de suprir parte dessa lacuna, este trabalho teve como objetivo compreender a dinâmica entre os níveis individual e estrutural na construção da identidade científica de alunas formadas, evadidas e matriculadas no curso de Bacharelado em Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio de mapeamento da distribuição de homens e mulheres em diferentes âmbitos desse Instituto de Física, e identificação de fatores e discursos que impactam no desenvolvimento da identidade científica dessas estudantes. Para atender a esse objetivo, foram realizados quatro estudos. O primeiro estudo, de caráter teórico, buscou mapear o perfil da produção acadêmica sobre questões de gênero no curso de Bacharelado em Física no cenário nacional e internacional. O segundo estudo, também de caráter teórico, consistiu na produção de uma articulação teórica entre a epistemologia feminista de Sandra Harding, o modelo de identidade de Dorothy Holland e colaboradoras(es), o modelo sobre identidade científica de Zahra Hazari e colaboradoras(es), e a abordagem de análise de discurso de James Paul Gee. Esse estudo resultou na produção de um quadro teórico voltado a compreender a dinâmica entre os níveis individual e estrutural, por meio do conceito de identidade científica. Já o terceiro estudo, de caráter quantitativo, teve como objetivo compreender o contexto institucional no qual as alunas se inserem, por meio de um levantamento estatístico da quantidade de homens e mulheres pertencentes à comunidade acadêmica desse instituto em diferentes níveis – diretores, servidores e estudantes de graduação e pós-graduação – no período entre 1953 e 2022. Os resultados apontam que, entre 2016 e 2021, as mulheres que se identificam com o gênero feminino correspondem a 26% da comunidade acadêmica do instituto. A menor porcentagem de mulheres foi observada no doutorado da área de Microeletrônica, 13%, e a maior porcentagem no doutorado da área de Ciências dos Materiais, 51%. O quarto estudo teve como objetivo compreender o desenvolvimento da identidade científica das alunas antes e após ingressarem no curso. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com seis alunas do curso de Bacharelado em Física: uma aluna matriculada, quatro egressas e uma aluna evadida desse curso. Todas as entrevistadas descrevem um modelo de “aluna(o) ideal” de Física dotada(o) de características diferentes e opostas às que enxergam em si mesmas como alunas. Nossa hipótese é de que essas diferenças impactam negativamente suas identidades científicas. Os resultados indicam que as alunas não se sentem confiantes sobre seus conhecimentos em Física, elas costumam ficar em silêncio durante as aulas, têm receio de tirar dúvidas e cometer erros, e relatam dificuldades em se sentirem pertencentes à comunidade da Física. No estudo, discutimos como a maior presença de homens no curso e a ideia de que é preciso ser brilhante para ser considerado bom e ter sucesso na área impactam de forma negativa as suas identidades. Além disso, abordamos outros fatores que impactam de forma positiva e negativa na identidade científica e experiências das alunas. |