A política de cotas de gênero nas eleições e a cultura política das eleitoras : uma análise de Argentina e Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bordini, Milene Maria Ceni
Orientador(a): Castillo, Sofia Isabel Vizcarra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277585
Resumo: O presente trabalho tem como problema de pesquisa verificar a existência de um impacto da implementação da política de cotas na cultura política das eleitoras brasileiras e argentinas no período de 1995 a 2022. Ele surge da necessidade de avaliarmos se as políticas de cotas têm o efeito desejado de aumentar a representação e participação das mulheres na política, bem como compreender como essas políticas moldam a cultura política das eleitoras ao longo do tempo. Ao investigar este problema, podemos fornecer insights valiosos para formuladores de políticas, acadêmicos e ativistas interessados na promoção da igualdade de gênero e na participação democrática. A escolha do caso argentino para o presente trabalho se deu pelo fato de a Argentina ter sido o primeiro país da América Latina a estabelecer uma cota de gênero para as eleições. E, a escolha do Brasil, pelo fato de eu ser uma ativista por mais mulheres na política no meu país. Na Argentina, a Lei nº 24.012 de 1991 estabeleceu um piso de 30% de mulheres nas listas eleitorais. No Brasil, foi em 1997 que a Lei nº 9.504 fixou um piso mínimo de 30% de cada gênero nas listas eleitorais. Este trabalho realiza uma análise descritiva longitudinal exploratória das variáveis atitudinais que caracterizam a cultura política das eleitoras da Argentina e do Brasil entre os anos 1995, ano de adoção da legislação de cotas, e o ano 2022, a partir dos dados da Pesquisa Mundial de Valores (WVS). A principal conclusão foi que a implementação das cotas não influenciou de maneira significativa as variáveis atitudinais na cultura política das eleitoras brasileiras e argentinas no período de 1995 a 2022. Pelo contrário, as variações nas caracteristicas atitudinais da cultura política seguem a variação das caracteristicas da população geral, e próprias de uma cultura política híbrida, com um declínio da confiança em partidos políticos e instituições de governo entre as mulheres pesquisadas, em ambos os países, ao longo dos períodos estudados. Também se evidenciou a diminuição da confiança nas organizações de mulheres ao longo dos períodos analisados entre as argentinas.