Enquadramentos interpretativos da FETRAF e as mudanças da atuação sindical na relação com estado, políticas públicas e base social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bagnara, Alcemir Antonio
Orientador(a): Grisa, Catia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/250781
Resumo: O objetivo geral desta dissertação foi analisar os enquadramentos interpretativos da FETRAF, e as mudanças da atuação sindical da federação na relação com o Estado, com as políticas públicas e com a base social, especialmente no período pós impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Para análise destas mudanças e dar conta dos objetivos traçados foram utilizadas as abordagens teóricas de regimes, repertórios de ação e enquadramentos interpretativos. A pesquisa se caracterizou como estudo de caso e privilegiou a abordagem qualitativa. A elaboração deste trabalho foi composta de análise de referencial bibliográfico e de documentação das organizações sindicais, da observação participante, bem como entrevistas com 15 dirigentes sindicais pertencentes à FETRAF-RS ou aos seus sindicatos filiados das quatro regiões de atuação. Por meio desta análise buscou-se resgatar parte da história sindical e, em cada período, identificar os regimes presentes, as coalizões governantes que comandavam o Estado, os principais enquadramentos interpretativos sindicais que emolduraram os repertórios de ação junto ao Estado e a base social. Neste sentido, as mudanças ocorridas nos regimes e nas coalizões governantes, influenciaram e modificaram os enquadramentos interpretativos da FETRAF, que consequentemente alteraram os repertórios de ação utilizados em cada época na relação com Estado, políticas públicas e base social. Os principais resultados da investigação apontam que, na relação com o Estado, a FETRAF inicialmente assumiu repertórios de ação de protesto, alterando-os para uma relação de aproximação [inserção periférica] no último governo de FHC, de proximidade política e cooperação conflituosa nos governos de Lula e Dilma, e de protesto e confronto nos governos de Temer e Bolsonaro. Em relação às políticas públicas, a federação sindical partiu da reivindicação e de uma experimentação na execução de políticas públicas no governo de FHC, passando por um período de conquistas e execução qualificada no governo democrático popular, manifestando nos governos Temer e Bolsonaro um processo de resistência ao desmantelamento das mesmas. Em relação à base social, a FETRAF inicialmente buscou a organização dos agricultores familiares, com mobilizações e ações de enfrentamento ao governo de FHC, passando para uma prática de execução qualificada das políticas públicas nos governos de Lula e Dilma e, após 2016, adotou uma relação de qualificação e prestação de serviços a seus associados, além de alguns processos de mobilizações contra os governos.