A relação das vesículas extracelulares com o carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dias, Kelly Bienk
Orientador(a): Rados, Pantelis Varvaki
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/222207
Resumo: O carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço (CECCP) é uma patologia composta por células agressivas e altamente tumorigênicas responsáveis por um curso clínico de alta recidiva e baixa sobrevida. O diagnóstico precoce é a melhor chance de redução de morbidade e mortalidade desta patologia uma vez que a contenção da disseminação da doença tem sido um desafio terapêutico importante, onde pacientes com recorrência e/ou metástase sobrevivem por curtos períodos de tempo. Dentro deste contexto, o uso de marcadores prognósticos e preditivos pode contribuir no monitoramento dos pacientes acometidos pela doença. As vesículas extracelulares (VEs) são nanoestruturas secretadas por diferentes tipos de célula que oferecem, através do seu isolamento, a possibilidade de detecção de conteúdos que representem a origem celular de doenças como o câncer. Estão relacionadas à progressão tumoral, resistência à quimioterapia e evasão imunológica através da transferência de moléculas, participando das etapas necessárias para a metástase com possibilidade de utilização como biomarcadores para o CECCP. Inicialmente, objetivamos analisar a sobrevida por 10 anos de uma coorte de 50 pacientes com CECCP, correlacionando os parâmetros clínicos e histopatológicos do diagnóstico inicial com a evolução do estado de saúde dos pacientes. Observamos que 64% dos pacientes apresentou tumores menores de 4 cm sem metástase regional e não houve nenhum paciente com metástase à distância no momento do diagnóstico, no entanto, a maior causa de morte dos pacientes foram eventos relacionados à metástase. Diante dessas evidências, consideramos que o estudo de fatores capazes de refletir o perfil molecular do CECCP bem como a sua mudança comportamental ao longo do tempo se torna essencial para a melhora da sobrevida dos pacientes. Procuramos estabelecer a relação das VEs com o CECCP através de revisão sistemática de literatura. Nesta pesquisa, observamos que ainda existem limitações técnicas no estudo dessas estruturas, no entanto, a sua influência nas diferentes vias envolvidas na carcinogênese as torna um campo de interesse sobre diagnóstico, alvos terapêuticos e marcadores prognósticos do 10 CECCP. Por fim, foi realizado um estudo in vitro analisando o efeito de VEs de carcinoma espinocelular bucal (CECB) sobre a migração celular, onde as VEs de CECB aumentaram a velocidade e direcionalidade de migração de queratinócitos e fibroblastos, sugerindo uma possível transferência de conteúdos funcionais que influenciem comportamentos pró-metastáticos. Através dos estudos realizados, podemos concluir que sinalizações bioquímicas podem influir no processo de disseminação e metástase tumoral do CECCP e as VEs presentes nos fluidos corporais poderiam ser biomarcadores específicos desse processo.