As políticas públicas de esporte, recreação e lazer da cidade de Porto Alegre em ação : percepções de uma produção coletiva a partir do protagonismo de mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Carolina Caneva da
Orientador(a): Silveira, Raquel da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271888
Resumo: A extinção da Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e Lazer (SME), no ano de 2017, em Porto Alegre, colocou à prova a possibilidade de oferta dos serviços públicos de esporte, recreação e lazer da cidade. A ausência da SME e as rupturas nas políticas públicas dessa área resultaram em uma diminuição orçamentária, realocação de professoras/es, encerramento de projetos e fechamento de Unidades Recreativas. Essas mudanças trouxeram consequências significativas para o cotidiano das mulheres usuárias destes serviços, limitando suas possibilidades de fruição do lazer. A retomada da Secretaria no ano de 2021, agora denominada Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), pautada por uma política gerencialista, alterou as dinâmicas dos espaços públicos de lazer da cidade. Isso levou as mulheres a buscar outras formas de garantir e manter seus direitos. Desta forma, a pesquisa tem como objetivo compreender de que maneira a rede das políticas públicas de esporte, recreação e lazer da cidade de Porto Alegre se mantém atuando a partir do protagonismos de mulheres. Esta pesquisa etnográfica baseia-se na observação participante, na produção de diários de campo, nos documentos produzidos por mulheres atuantes nos espaços de lazer estudados, nos documentos oficiais da Prefeitura de POA, na produção midiática relacionada ao tema da pesquisa e em entrevistas semiestruturadas com as agentes atuantes no Parque Alim Pedro, Parque Ararigbóia e na Praça Walter Schultz. A análise dos dados foi realizada seguindo os preceitos teóricos da sociologia pragmática. Ao final da pesquisa foi possível compreender como as mulheres percebem as mudanças e injustiças em seu cotidiano e passam a agir, tornando visíveis seus argumentos, elaborando relatórios e novos repertórios de ação para aproximar elementos demonstram que sua causa não é um interesse particular, mas uma questão pública que afeta o cotidiano das demais pessoas. Ao seguir as políticas públicas executadas pela SMELJ, foi observado um distanciamento das políticas de cunho social, priorizando os interesses do setor privado através de suas parcerias público-privadas. A SMELJ passa a contar com o auxílio da Secretaria Municipal de Parceria para a gestão dos espaços públicos da cidade. Esse novo agente governamental coloca à prova a ação das agentes que já atuavam nestes espaços, levando-as a tecer críticas sobre essa nova forma de gestão e produzir um novo repertório de ação em busca do fortalecimento e restauração de redes, mobilizando recursos e outras agentes.Por outro lado, a (des)(re)organização da gestão dos parques é utilizada como forma de argumentação pelas voluntárias que se inserem na rede pública-política e passam a atuar como Prefeitas de Praça. Concluo destacando que ao acompanhar as mulheres e as políticas públicas nos espaços públicos de lazer, compreendi que as políticas de esporte, recreação e lazer de Porto Alegre movimentam diferentes espaços, rotinas, relações e atuam dentro dos coletivos, alterando as dinâmicas e acordos entre as/os agentes.