O jogo teatral como perspectiva de desenvolvimento da expressividade e do autoconhecimento de jovens e adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Gaiger, Paulo José Germani
Orientador(a): Negrine, Airton da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/102604
Resumo: Ao identificar a existência de uma procura significativa pela prática do teatro, através da qual um número expressivo de pessoas objetiva o reencontro consigo e com a vida ao invés da preparação do ator e montagem de espetáculo, passei a considerar a possibilidade de o Jogo Teatral constituir-se uma alternativa terapêutica que possa responder a esta expectativa. Ao buscar referências que pudessem somar à minha própria experiência como professor e oficineiro de teatro, encontrei em algumas Práticas Corporais Alternativas, especialmente, na Formação Pessoal, material e estímulo para esta investigação. De certa maneira, aspectos como as interações, a espontaneidade, a criatividade e a expressividade, entre outros, são comuns ao Jogo Teatral e à Formação Pessoal. No Brasil, são poucos os teóricos e estudiosos do teatro que se debruçam sobre esta possibilidade terapêutica do teatro, além de Augusto Boal. Entretanto, em razão das características empregadas nesta investigação, usei como suporte teórico não somente o pensamento de Boal, como os de Koudela e Spolin sobre o Jogo Teatral. Outros autores como Santin, Bertherat, Ceccin, Stanislawski, Arendt, Chekhov, Barba, Negrine, Paín e Mariotti serviram-me muito com seus estudos sobre o teatro, a corporeidade, o lúdico, as interações e entrelaçamentos do ser humano com o outro e com o mundo, levando-me a reflexões e inquietações profundas. A partir destes referenciais teóricos e da experiência prévia, esta investigação definiu-se como descritiva, interpretativa e de corte qualitativo. A metodologia da investigação envolveu a criação de dois grupos de trabalho em caráter livre e voluntário, integrados por participantes vinculados por suas sensações de prazer e desprazer durante as vivências. O primeiro grupo reuniu-se durante quatro meses, duas vezes por semana. O segundo grupo reuniu-se durante um mês e meio, uma vez por semana. Em função das características específicas, selecionei 12 integrantes do 1º grupo e 6 integrantes do 2º grupo para objeto da coleta e análise das informações. As características fundamentais dos encontros foram as vivências e as práticas dos jogos e exercícios teatrais realizadas em dinâmicas individuais, em pequenos grupos e no grande grupo. Em razão disso, os instrumentos de coleta de informações utilizados devem refletir, da melhor maneira possível, estas mesmas vivências e práticas por parte dos participantes. Assim, a observação, o memorial descritivo, a verbalização e a entrevista semi-estruturada são os principais instrumentos empregados. Soma-se à criação dos dois grupos, a experiência no Estágio Docente que realizei com três turmas da graduação durante a investigação e que me serviu como fonte complementar de coleta de informações em uma experiência diferenciada. Impulsionado pelas reflexões teóricas dos diversos autores e pelas experiências prévias e similares, através desta investigação, procurei desvendar um caminho que o indivíduo pudesse lançar-se a abrir, em trocas permanentes com o outro, em busca da consciência do “eu”, do outro e de sua inserção no mundo através do Jogo Teatral.