Avaliação do processo anaeróbio em duas fases tratando efluente de curtume

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: Beal, Lademir Luiz
Orientador(a): Monteggia, Luiz Olinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/264048
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo avaliar a viabilidade de emprego do processo anaeróbio em duas fases, para tratar efluentes de um curtume completo (ribeira e acabamento). Os estudos experimentais foram desenvolvidos mediante o emprego de uma estação pilo to projetada para operar em duas fases: a Ia fase, acidogênica e a 2a fase, metanogênica. A fase acidogênica foi desenvolvida em um reator de mistura completa. O reator metanogênico na sua parte inferior foi projetado para ter um comportamento de manto de lodo de fluxo ascendente (UASB) e na parte superior houve um preenchimento com um meio suporte (anéis Pall) de poli¬ propileno para formar um biofilme aderido a este meio suporte e assim proporcionar uma melhor performance da fase metanogênica na eventualidade de ocorrência de sobrecargas tóxicas. No reator acidogênico foi inoculado biomassa proveniente do descarte de lodo do sistema de Iodos ativados do próprio curtume. A "partida" do reator metanogênico foi realizada com inóculo, apresentando boa atividade metanogênica, proveniente de um reator anaeróbio de manto de lodo com fluxo ascendente (UASB) tratando efluentes de uma fábrica de gelatina. Esta biomassa do reator metanogênico sofreu alteração no seu aspecto físico, que passou de granular para floculenta no decorrer do experimento. Esta alteração mostrou-se mais acentuada ao longo do reator, possivelmente pela maior sedimentabilidade da biomassa granular. No decorrer do experimento foram testados tempos de retenção hidráulico de 41h, 27,3h e 20,5h com eficiências (remoção de DQOtotaI) de 51,97%, 49,66% e 39,97%, respectivamente. Elevadas concentrações de sulfeto foram detectadas na saída do reator metanogênico, porém não foi encontrada uma boa correlação (r = 0,20) entre concentração de sulfeto e a porcentagem de remoção de DQOtotal. Foi avaliada a hidrólise e acidificação no reator acidogênico, tendo como resultado de hidrólise 44,64%, 14,24% e 22,55% para tempos de retenção hidráulico, no reator acidogênico de 14h, 9,33h e 7h, para Ia, 2a e 3a etapas, respectivamente. A redução de sulfato foi avaliada para as três etapas tendo como resultados, 78,26%, 68,32% e 59,98%. Foram monitorados parâmetros como alcalinidade (bicarbonato livre e total), ácidos graxos voláteis, sulfeto, cromo total, sódio, temperatura, pH e atividade metanogênica. A estabilidade do reator metanogênico foi afetada pelo choque de pH e cromo ocasionado por vazamento acidental do banho de cromo para curtimento. As relações entre os parâmetros Ácidos Voláteis e Alcalinidade Bicarbonato Total (AV/AT) e também entre Alcalinidade Bicarbonato Livre e Alcalinidade Bicarbonato Total (AI/AP) não voltaram aos níveis da 1a etapa, sofrendo oscilações de acordo com a composição do substrato. O processo, em duas fases, mostrou-se eficiente quanto a remoção de cromo no sistema, redução de sulfato, hidrólise e acidificação. A remoção de cromo na fase acidogênica foi de 18,84%, 47,99% e 58,09% para a Ia, 2a e 3a etapa, respectivamente. Isto demonstra que o aumento da taxa de aplicação superficial no sedimentador da fase acidogênica não afetou a remoção de cromo. O reciclo, no reator acidogênico, utilizado na 1a etapa, pode ter sido responsável pela baixa remoção de cromo pois aumentou o Tempo de Retenção Celular, propiciando um tempo maior de contato entre a biomassa e o metal, favorecendo a biossorção.